Em um mundo onde as carreiras estão sendo influenciadas pela tecnologia e pela IA, definir-se apenas por uma ocupação específica pode se tornar ainda mais problemático à medida que as formas tradicionais de trabalho evoluem e também à medida que avança esta nova era laboral. Vamos ter mais tempo livre do que nunca.
Estima-se que, em 2040, em países desenvolvidos como os Estados Unidos, um dia típico de trabalho será de apenas 3,8 horas por dia! Algo inimaginável até alguns anos atrás.
Já estamos vendo isso sendo aplicado com muito sucesso em uma variedade de países os dias de trabalho de 4 dias. E já se está falando em um futuro não muito distante de dias de trabalho no mundo corporativo de 3 dias.
Todo mundo já fantasiou alguma vez com a ideia de viver sem trabalhar, mas em um futuro muito próximo talvez essa não seja uma ideia tão maluca, o que nos gera tanto entusiasmo quanto terror pela falta de sentido.
Todo mundo já fantasiou alguma vez com a ideia de viver sem trabalhar, mas em um futuro muito próximo talvez essa não seja uma ideia tão maluca, o que nos gera tanto entusiasmo quanto terror pela falta de sentido.
Tudo isso, que à primeira vista pode parecer extremamente positivo, vai trazer como consequência indireta uma gravíssima crise de identidade-trabalho para muitos profissionais. O trabalho não dá esse sentido de propósito que nos faz levantar da cama, sem isso, ocorre uma grande crise existencial. Adoramos nos sentir produtivos. Sobretudo em uma sociedade capitalista que incentiva o consumismo desenfreado e, principalmente, pela grande falácia do crescimento ilimitado em um planeta que tem recursos limitados.
Portanto, o que vamos fazer com tanto tempo livre quando meu valor como pessoa reside no trabalho?
Especialmente quando ainda não trabalhei meu autoconhecimento e não consigo me desvincular da minha identidade como contador, advogado, ou qualquer uma das profissões que exerço atualmente. Desvincular-me dessa resposta automática de “sou médico”, “sou professor” ou “trabalho na empresa X como X”.
Como sempre digo, a chave está nas perguntas que fazemos (especialmente ao ChatGPT 😉), e, sobretudo, nas perguntas que fazemos a nós mesmos. Por isso, convido você a se fazer estas 3 perguntas e reflexões sobre suas respostas:
E o mais importante, o que você faria se tivesse todo o dinheiro do mundo e não precisasse trabalhar? Aqui me refiro ao que você faria no seu dia a dia, obviamente, excluindo os luxos de viajar e jantar em bons lugares. Que hobbies ou atividades você faria no seu dia a dia, por exemplo?
Pense bem. A resposta a essa pergunta pode nos dar boas indicações para entender o que nos move, o que nos apaixona.
Nesta nova era da IA, vamos ter que estar aprendendo constantemente, principalmente habilidades interpessoais. E para aprender, muitas vezes precisamos “desaprender”, ou seja, é necessário deixar de lado ou questionar ideias, crenças ou, como disse antes, nos desfazer dos “apegos laborais”, que muitas vezes podem estar limitando nosso processo de aprendizado.
Fonte: Olhar Digital / Por Borja Castelar, editado por Bruno Capozzi
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