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[DIÁRIOS DA IA] A Influência dos Digital Twins no futuro do Sistema 3

Ao se tornarem uma extensão inteligente da mente humana, a tecnologia dos “gêmeos digitais” têm o potencial de revolucionar a maneira como tomamos decisões

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Imagem: DALL-E/SC Inova

A aplicação de Digital Twins (gêmeos digitais) é um exemplo poderoso de como integrar tecnologias avançadas para expandir as capacidades humanas. Essa abordagem, que consiste em criar réplicas digitais capazes de analisar e interagir com dados em tempo real, é um marco no desenvolvimento do “Sistema 3”. Ao se tornarem uma extensão inteligente da mente humana, essas tecnologias têm o potencial de revolucionar a maneira como tomamos decisões.

Os digital twins podem ser vistos como uma manifestação prática do “Sistema 3” (leia mais sobre o tema aqui) servindo como assistentes analíticos e preditivos. Eles coletam, processam e interpretam grandes volumes de dados, criando simulações em tempo real que permitem prever resultados e refinar estratégias antes mesmo de sua execução.

Na prospecção estratégica, os digital twins não apenas otimizam processos, mas também humanizam as interações. Eles analisam dados comportamentais, históricos e contextuais para ajustar abordagens de maneira precisa, permitindo personalizações que um humano, por si só, seria incapaz de alcançar em grande escala.

O PAPEL DOS DIGITAL TWINS NA TRANSFORMAÇÃO DA TOMADA DE DECISÃO

  • Previsão e modelagem de cenários: Os digital twins simulam múltiplos cenários com base em variáveis econômicas, comportamentais e contextuais. Isso reduz a incerteza e melhora a qualidade das decisões estratégicas. Por exemplo, ao prever reações de clientes a uma nova oferta, eles podem sugerir ajustes na abordagem para maximizar o impacto.
  • Personalização em escala: Um dos maiores desafios da tomada de decisão é equilibrar personalização e eficiência. Com digital twins, é possível entender nuances individuais e adaptar estratégias sem comprometer a produtividade. Essa capacidade alinha-se com os princípios do “Sistema 3”, onde algoritmos complementam a cognição humana em áreas como marketing, vendas e gestão de recursos.
  • Redução de vieses cognitivos: Como extensões digitais da mente humana, essas réplicas minimizam os efeitos de vieses como ancoragem, excesso de confiança ou viés de confirmação. Elas processam dados sem influências emocionais, oferecendo uma perspectiva imparcial que auxilia líderes a tomar decisões mais racionais e fundamentadas.

COMO DIGITAL TWINS INFLUENCIAM O FUTURO DO SISTEMA 3?

  • Autonomia decisória com supervisão ética: No futuro, os digital twins poderão tomar decisões táticas de forma autônoma, deixando as decisões estratégicas e éticas para humanos. Essa colaboração entre humanos e algoritmos cria um modelo híbrido onde eficiência e empatia coexistem.
  • Aprendizado Contínuo: À medida que os gêmeos digitais interagem com dados e decisões humanas, eles aprendem continuamente, aprimorando sua precisão e relevância. Esse aprendizado constante os posiciona como elementos essenciais na evolução do Sistema 3.
  • Desafios e Limites: A adoção desta tecnologia exige atenção a questões como privacidade, transparência e governança. Garantir que suas recomendações sejam compreendidas e alinhadas com os valores humanos é crucial para sua aceitação e eficácia.

Na prática, tecnologias como os gêmeos digitais já estão influenciando diversas indústrias:

  • Saúde: Réplicas digitais de pacientes ajudam médicos a simular tratamentos e prever complicações antes de realizá-los.
  • Manufatura: Empresas utilizam gêmeos digitais de máquinas para prever falhas e otimizar operações.
  • Marketing e Vendas: os twins ajustam abordagens de prospecção em tempo real, baseando-se em dados comportamentais e históricos para aumentar taxas de conversão.

Esses casos demonstram que estamos apenas arranhando a superfície do que essa tecnologia pode fazer. À medida que Digital Twins se tornam mais sofisticados, suas aplicações no Sistema 3 expandem, transformando a tomada de decisão em algo mais ágil, preciso e humano.

O futuro do Sistema 3 é moldado por tecnologias que nos ajudam a superar as limitações da cognição humana, enquanto amplificam nossa capacidade de prever, decidir e personalizar. A questão central, no entanto, permanece: estamos prontos para aceitar que decisões importantes podem ser melhoradas por uma extensão digital de nós mesmos?

Mais do que uma pergunta técnica, essa é uma reflexão ética e estratégica. Como líderes, precisamos garantir que essas ferramentas sejam implementadas de forma a potencializar nossas capacidades, preservando nossos valores.

O Sistema 3 está entre nós — e com ele, a oportunidade de construir um futuro onde humanos e máquinas realmente trabalham juntos para o bem maior.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

  • Kahneman, Daniel. (2011). Thinking, Fast and Slow. Farrar, Straus and Giroux. Tradução: Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar. Rio de Janeiro: Objetiva.
  • Mohapatra, Hemant. (2024). “AI — O Último Empregado”. Medium. Disponível em: https://medium.com/@MohapatraHemant.
  • Kahneman, Daniel; Tversky, Amos. (1979). “Prospect Theory: An Analysis of Decision under Risk”. Econometrica, 47(2), 263-292.
  • Berger, Bruno; Pessali, Huáscar Fialho. (2010). “A Teoria da Perspectiva e as Mudanças de Preferência no Mainstream: Um Prospecto Lakatoseano”. Revista de Economia Política, 30(2), 340-356.
  • Pereira, André L.; Amarante, Geizi C. B. (2021). “Tomada de Decisão e Comportamento do Investidor: Uma Análise de Influência de Perfis, Heurísticas e Vieses”. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento.
  • IBM Watson Health. Casos de uso de gêmeos digitais na saúde.

Fonte: SCInova / Por Eduardo Barbosa, CEO da Brognoli Imóveis e um dos responsáveis pelo Conselho Mudando o Jogo (CMJ) em SC e RS. Escreve sobre inteligência artificial na série “Diários da IA”

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