Com altura equivalente a três vezes o tamanho do Sol, esses tsunamis são formados na estrela por ação da companheira menor do sistema.
Em um artigo publicado na última semana na revista Nature Astronomy, cientistas do Centro de Astrofísica Smithsonian, ligado à Universidade de Harvard, nos EUA, explicam por que esse sistema pulsa tão descontroladamente. Para entender, a equipe criou um modelo computacional para cada uma das duas estrelas que o compõem e simulou suas interações enquanto orbitam uma à outra.
Segundo o estudo, a estrela primária é enorme, sendo 24 vezes maior que o Sol e 35 vezes mais massiva. À medida que a estrela menor se aproxima, a cada 33 dias ou mais, sua atração gravitacional lança material na companheira maior em ondas que incham e aumentam, antes de finalmente quebrar como ondas em uma praia.
Essas ondas podem chegar a cerca de 4,3 milhões de km de altura, o que corresponde a quase três sóis empilhados um sobre o outro – caracterizando verdadeiros tsunamis!
“Cada queda dos maremotos da estrela libera energia suficiente para desintegrar todo o nosso planeta várias centenas de vezes”, diz Morgan MacLeod, coautor do estudo, em um comunicado. “São ondas muito grandes”.
Além disso, essa dança gravitacional mensal “estica” a estrela maior, enquanto lança o material estelar para uma atmosfera giratória. Esses fatores são o que criam as mudanças drásticas no brilho visto da Terra, segundo MacLeod.
MACHO 80.7443.1718 é um dos cerca de 20 sistemas estelares de batimentos cardíacos conhecidos que mostram flutuações de brilho anormalmente grandes. “Esta estrela de coração partido pode ser apenas a primeira de uma classe crescente de objetos astronômicos”, disse o líder da pesquisa. “Já estamos planejando uma busca por mais delas, procurando as atmosferas brilhantes lançadas por suas ondas quebrando”.
Fonte: Olhar Digital / Flavia Correia
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