Enquanto economias avançadas e emergentes investem pesado em tecnologias de ponta e modernização de infraestrutura, o Brasil enfrenta um desafio crucial: aumentar significativamente o investimento em capital para não ficar para trás
A produtividade é o coração do crescimento econômico, tanto para economias avançadas quanto emergentes. Artigo publicado na McKinsey Quarterly sublinha o papel crucial dos investimentos para o crescimento da produtividade. Com uma análise detalhada sobre a relação entre investimento de capital e crescimento da produtividade laboral, o artigo destaca que a maioria dos aumentos na produtividade ao longo dos últimos 25 anos foram impulsionados pelo aumento do capital por trabalhador.
O conceito de capital deepening ou aprofundamento de capital é central nesta discussão. Ele se refere ao crescimento do capital disponível por trabalhador, e tem sido responsável por explicar entre 70% a 80% do crescimento da produtividade laboral. Este fenômeno é especialmente evidente em economias avançadas, onde a desaceleração do crescimento da produtividade pode ser atribuída à diminuição no ritmo de aprofundamento do capital.
Em contraste, as economias emergentes ainda podem colher benefícios significativos de investimentos direcionados que aumentem a infraestrutura urbana, os serviços públicos e as habilidades laborais.
Tanto as economias avançadas quanto as emergentes possuem vastas oportunidades de investimento que podem transformar o panorama da produtividade. A renovação de infraestrutura, a ampliação do estoque habitacional acessível e o suporte às indústrias verdes são algumas das áreas cruciais. Investimentos em novas tecnologias e digitalização também são vitais. Em economias avançadas, esses investimentos podem aumentar a produtividade anual em 0,5% a 1%. Já em economias emergentes, a adoção de tecnologias existentes pode gerar aumentos ainda mais significativos.
As tecnologias emergentes têm sido cruciais para impulsionar a produtividade. Entre as mais destacadas estão:
Digitalização e Automação: A implementação de sistemas digitais e automáticos reduz erros humanos, melhora a precisão e acelera os processos produtivos.
Inteligência Artificial e Machine Learning: Estas tecnologias permitem a análise avançada de dados, otimizando a tomada de decisões e prevendo demandas futuras com maior precisão.
Internet das Coisas (IoT): A conectividade entre dispositivos e sistemas facilita a manutenção preditiva, a gestão de recursos em tempo real e a eficiência energética.
Infraestrutura de Dados: Investimentos em data centers e redes de comunicação avançadas suportam a expansão das capacidades digitais e o processamento eficiente de grandes volumes de dados.
Ásia Avançada (com países da Oceania): Exemplo de região com alto investimento em capital, resultando em uma produtividade significativamente alta.
América do Norte: Tem um dos maiores níveis de capital por trabalhador, com um impacto positivo direto na produtividade.
Europa Ocidental: Mantém um nível elevado de investimento, focando em tecnologias avançadas para sustentar seu crescimento.
China: Destaca-se pelo crescimento acelerado do capital por trabalhador, impulsionado por investimentos massivos em infraestrutura e tecnologia.
Índia: Embora com menor capital por trabalhador, tem mostrado um crescimento significativo através de investimentos em setores estratégicos.
América Latina e Caribe: Apresenta um menor nível de capital por trabalhador, indicando uma necessidade urgente de aumentar os investimentos para melhorar a produtividade.
Para todos nós pensarmos e agirmos: o cenário global está cada vez mais competitivo e orientado para a inovação. Enquanto economias avançadas e emergentes investem pesado em tecnologias de ponta e modernização de infraestrutura, o Brasil enfrenta um desafio crucial: aumentar significativamente o investimento em capital para não ficar para trás.
Para realmente revolucionar e posicionar o Brasil como um protagonista no cenário global, é imperativo adotar uma mentalidade de inovação e investir de forma estratégica em tecnologias disruptivas. A digitalização, a automação e a inteligência artificial não são mais tendências do futuro, mas sim realidades do presente que podem alavancar a produtividade e a competitividade das empresas brasileiras.
Investir em IA e outras tecnologias emergentes não é apenas uma oportunidade, mas uma necessidade estratégica para garantir a competitividade no cenário global. Os exemplos globais destacam a importância do aprofundamento de capital e da modernização tecnológica para impulsionar a produtividade e o crescimento econômico.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Fonte: SCInova / Por Eduardo Barbosa, CEO da Brognoli Imóveis e um dos responsáveis pelo Conselho Mudando o Jogo (CMJ) em SC e RS. Escreve sobre inteligência artificial na série “Diários da IA”
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