O meteorito de Lafayette é um pedaço de rocha espacial com aspecto de vidro escuro e cerca de 5 centímetros de comprimento.
Nele, há evidências não apenas de que Marte abrigou água líquida, mas que isso aconteceu há 742 milhões de anos, segundo estudos.
De acordo com registros, o meteorito foi encontrado na gaveta da universidade quase um século atrás, em 1931, e ninguém sabia quem o descobriu ou de onde veio.
Por meio da sonda Viking, da NASA, pesquisadores conseguiram identificar que os gases presos dentro da rocha correspondiam à atmosfera marciana. Isso ocorreu na década de 1980.
Os estudos anteriores mostraram também que os minerais do meteorito interagiram com a água líquida durante a sua formação.
Agora, um novo estudo, publicado no início de novembro na revista Geochemical Perspectives Letters, conclui que esses minerais se formaram em menos de 1 bilhão de anos.
De acordo com Marissa Tremblay, professora assistente do Departamento de Ciências da Terra, Atmosféricas e Planetárias da Universidade Purdue, foram usadas variações nas moléculas de argônio dentro dos minerais para determinar de maneira mais precisa a idade da formação desses minerais.
“Não acreditamos que havia água líquida abundante na superfície de Marte nesa época”, afirmou Marissa, a também principal autora do estudo, via comunicado.
Ainda segundo a especialista, as evidências levam os pesquisadores a acreditar que a água é proveniente do derretimento de gelo subterrâneo, em uma camada conhecida como permafrost.
Além disso, os pesquisadores acreditam que “o derretimento do permafrost foi causado pela atividade magmática que ainda ocorre periodicamente em Marte até os dias atuais”, completou Marissa.
Embora os pesquisadores não tenham calculado a hora exata de chegada do meteorito à Terra, há vestígios de um fungo agrícola na superfície da rocha espacial relatados em 2022 que, combinados com relatos não confirmados que um estudante testemunhou a chegada do meteorito, sugerem que a rocha chegou à Terra em 1919.
Ainda de acordo com Marissa, o estudo de minerais é importante não apenas para confirmar a existência de água líquida em Marte.
Esse método também pode servir de base para identificar evidências similares em outros meteoritos encontrados na Terra ou amostras trazidas de missões.
“Conseguimos demonstrar uma maneira robusta de datar a alteração de minerais em meteoritos que pode ser aplicada a outros meteoritos e corpos planetários para entender quando a água líquida pode estar presente”, disse.
Fonte: Olhar Digital / Por Tissiane Vicentin, editado por Lucas Soares
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