A futurista Amy Webb apresentou no SXSW 2025 um panorama das principais tendências tecnológicas, destacando a ascensão da inteligência viva, um ecossistema que combina inteligência artificial, sensores avançados e biotecnologia para criar sistemas autônomos capazes de aprender e evoluir
Segundo ela, essa convergência está redefinindo negócios, mercados e a sociedade, tornando urgente a adaptação das empresas a um futuro mais complexo e incerto.
Entre os destaques da palestra, Webb abordou a evolução dos sistemas multiagentes (MAS), redes de IA que funcionam sem intervenção humana. Essas tecnologias já demonstraram capacidade de colaborar, criar novas linguagens, espalhar desinformação e tomar decisões autônomas. Outra transformação relevante é a substituição da comunicação baseada em linguagem humana por modelos matemáticos, permitindo que máquinas operem de forma até 100 vezes mais rápida.
A biotecnologia também avança rapidamente, com a criação de materiais programáveis e organismos geneticamente modificados, como computadores baseados em células cerebrais humanas e tecidos vivos cultivados para diferentes aplicações industriais. Webb destacou que empresas farmacêuticas, de alimentos e até montadoras terão que considerar esses avanços em suas estratégias.
Na robótica, os progressos em IA física e sensores estão permitindo que máquinas operem com mais autonomia e adaptação ao ambiente. Empresas como Nvidia, Google e Apple já desenvolvem hardware para robôs que, segundo Webb, serão essenciais para a evolução da inteligência artificial geral (AGI). “A IA precisa de um corpo para alcançar seu potencial máximo”, afirmou.
Ela também apresentou cenários para 2035, explorando o impacto dessas inovações na sociedade. Em um deles, tecnologias de controle sonoro são usadas para suprimir protestos e influenciar emoções, enquanto no outro, empresas privadas assumem o controle da regulação climática. Para a futurista, essas projeções reforçam a necessidade de um planejamento estratégico que equilibre inovação e governança.
“A inteligência viva vai moldar o futuro da economia global. As decisões que tomarmos nos próximos dez anos definirão a sobrevivência e competitividade das empresas”, concluiu Webb.
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