Foram mais de nove meses de espera. Após ficar “presa” no espaço, a dupla de astronautas Sunita Williams e Butch Wilmore, da NASA, finalmente deixou a Estação Espacial Internacional (ISS) rumo à Terra.
Na madrugada desta terça-feira (18), eles “pegaram carona” com os membros da missão Crew-9, Nick Hague, da NASA, e Aleksandr Gorbunov, da Roscosmos, colocando fim a uma missão que se estendeu mais de 280 dias além do previsto. E o que acontece com o corpo humano depois de tanto tempo fora da Terra?
Segundo a NASA, sem a força gravitacional da Terra, o corpo humano passa por mudanças significativas. Os ossos, por exemplo, perdem cerca de 1,5% de sua densidade a cada mês, ficando mais frágeis e suscetíveis a fraturas. Isso acontece porque, sem o peso constante do corpo pressionando contra o solo, o organismo “entende” que não precisa manter estruturas ósseas tão resistentes.
Os músculos também sofrem uma deterioração acelerada no espaço. Sem o esforço constante contra a gravidade, eles tendem a atrofiar rapidamente. Por conta disso, os astronautas seguem rotinas rigorosas de exercícios durante as missões.
Outro fenômeno causado pelo tempo no espaço é a redistribuição dos fluidos corporais. Na Terra, a gravidade mantém os líquidos predominantemente na parte inferior, mas fora do nosso planeta estes fluidos se deslocam para a parte superior do corpo, deixando os rostos inchados e mais arredondados. Há também riscos de alteração na visão.
O estresse do ambiente confinado, a exposição à radiação e as alterações nos ritmos corporais ainda podem enfraquecer o nosso sistema imunológico. Isso deixa os astronautas mais vulneráveis a infecções e reativações de vírus latentes. O sono também fica comprometido pela ausência do ciclo natural de dia e noite.
De acordo com a NASA, além de todos estes problemas, os astronautas também precisarão se acostumar novamente com a vida na Terra. Isso acontece porque o nosso corpo, acostumado com a ausência de gravidade, perde temporariamente a capacidade de coordenar movimentos e manter o equilíbrio.
Além disso, cerca de 92% dos astronautas sofrem algum tipo de lesão após o retorno ao nosso planeta, sendo que metade delas ocorre no primeiro ano. As mais comuns são: distensões e torções musculares (59%), lesões em tendões (20%), fraturas (16%) e problemas relacionados à baixa densidade óssea (5%).
A recuperação física completa segue um cronograma rigoroso de aproximadamente 45 dias, com exercícios diários específicos para recuperar força e resistência. Durante esse período, uma equipe médica especializada monitora constantemente o progresso e ajusta os protocolos conforme necessário.
Fonte: Olhar Digital / Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Flavia Correia
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