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Campo magnético da atmosfera do Sol é mapeado como nunca antes na história

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Mais de 100 mapas 3D da coroa solar já foram produzidos em oito meses por um instrumento que pode revolcionar a observação do Sol. Crédito: Zihao Yang

Um artigo publicado este mês na revista Science traz o mapa mais preciso e consistente dos campos magnéticos na coroa do Sol – a atmosfera tênue mas incrivelmente quente do astro.

Esses campos magnéticos são fundamentais para o aquecimento da coroa, que atinge milhões de graus Celsius, superando em centenas de vezes a temperatura da superfície solar. Eles também desempenham um papel crucial na formação do clima espacial que influencia todo o Sistema Solar.

O Sol está atingindo o ponto máximo de atividade no ciclo atual de 11 anos – o que era previsto pelos astrofísicos para acontecer em meados de 2025. Com isso, o monitoramento da coroa torna-se vital. 

Cada vez mais frequentes e intensas, as ejeções de massa coronal (CMEs), que lançam grandes quantidades de partículas no espaço, podem impactar satélites, redes de energia e sistemas de comunicação na Terra

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A coroa (ou atmosfera) é a camada mais externa do Sol. Créditos: Yaruna/Shutterstock (sol). Edição: Olhar Digital

Cientistas produziram 114 mapas detalhados da atmosfera solar

Espaçonaves como o Observatório Solar e Heliosférico (SOHO), o Observatório de Dinâmicas Solares (SDO) e as sondas Parker e Solar Orbiter já fizeram grandes avanços no estudo do Sol, mas os instrumentos terrestres continuam cumprindo um papel essencial nesse monitoramento.

Situado na ilha de Maui, no Havaí, o Telescópio Solar Daniel K. Inouye, por exemplo, pode medir com precisão os campos magnéticos da coroa em três dimensões. No entanto, ele não consegue mapear todo o Sol ao mesmo tempo. 

Para superar essa limitação, entra em ação o Polarímetro Multicanal Coronal Atualizado (UCoMP), localizado no Observatório Solar Mauna Loa (MLSO), que fica em Mauna Loa, outra ilha havaiana. Em oito meses de operação do instrumento, cientistas já produziram 114 mapas detalhados, quase um por dia, revolucionando o acompanhamento contínuo do Sol.

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Instrumento UCoMP, instalado no Observatório Solar Mauna Loa (MLSO), no Havaí. Crédito: NSF NCAR

Zihao Yang, autor principal do estudo, conduziu essa pesquisa como parte de seu doutorado na Universidade de Pequim, na China, e continua as investigações como pós-doutorando do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica da Fundação Nacional de Ciência dos EUA (NSF NCAR). 

Segundo ele, o mapeamento global do campo magnético coronal preenche uma lacuna importante na compreensão dos processos solares. “Os campos magnéticos coronais são a fonte de energia para tempestades solares que podem afetar diretamente a Terra”, explicou o pesquisador em um comunicado.

Vale pontuar que outros estados sentirão o calorão, no entanto, é esperado que nessas regiões as temperaturas fiquem cerca de 3 °C a 5 °C acima da média histórica, o que NÃO é considerado onda de calor — a onda de calor é caracteriza quando os termômetros ficam acima de 5 °C ou mais da média. 

A capacidade de medir regularmente esses campos marca o início de uma nova era na observação solar, contribuindo não só para um melhor entendimento do astro, como também para aprimorar nossa proteção contra os impactos do clima espacial. 

“Como o magnetismo coronal é a força que envia massa do Sol voando pelo Sistema Solar, temos que observá-lo em 3D – e em todos os lugares ao mesmo tempo, em toda a coroa global”, disse Sarah Gibson, coautora do estudo e líder no Observatório de Magnetismo Solar Coronal (COSMO). 

Esse tipo de pesquisa é de fundamental importância, especialmente em um mundo cada vez mais dependente de tecnologia, onde os grandes eventos solares podem representar um risco crescente.

Fonte: Olhar Digital / Por Flavia Correia

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