Há tempos, os cientistas tentam descobrir a velocidade de expansão do Universo. Há preocupações sobre o que pode acontecer após ele atingir certo tamanho.
Agora, uma imagem muito peculiar captada pela NIRCam, do Telescópio Espacial James Webb, pode nos ajudar a compreender a velocidade de expansão do Universo. Em região a 3,6 bilhões de anos-luz da Terra, o Webb flagrou uma supernova, que aparece três vezes e em três períodos diferentes durante sua explosão, em uma única imagem.
Graças a esse aglomerado de galáxias que se encontra à frente da supernova, a luz da explosão viajou por três caminhos distintos, cada um deles com comprimentos diferentes. Isso quer dizer que o Webb conseguiu captar três períodos de sua explosão em uma só imagem (no começo, no meio e perto do fim do fenômeno).
Veja a imagem da supernova a seguir:
Frye observou que imagens triplas de supernova são especiais, pois os “atrasos de tempo, a distância da supernova e as propriedades de lentes gravitacionais produzem um valor para a constante de Hubble ou H0”.
A NASA descreve a constante de Hubble como número que caracteriza a taxa de expansão atual do Universo, que, por sua vez, seria capaz de nos ensinar mais sobre a idade e a história do Universo. Os cientistas, contudo, não concordam sobre seu valor exato.
Por sua vez, a equipe envolvida no estudo espera que a imagem da supernova captada possa fornecer mais clareza sobre o tema. “A supernova foi chamada de SN H0pe, pois dá aos astrônomos esperança de entender melhor a taxa de expansão mutável do Universo”, diz Frye. H0pe (ou Hope), em português, quer dizer “esperança”.
Wendy Freedman, da Universidade de Chicago (EUA), liderou equipe, em 2001, que encontrou um valor de 72 para a constante de Hubble. Outras equipes a colocaram entre 69,8 e 74 quilômetros por segundo por megaparsec.
Já a equipe que clicou a supernova em três estágios diferentes relatou valor de 75,4, mais 8,1 ou menos 5,5. “Os resultados de nossa equipe são impactantes: o valor da constante de Hubble corresponde a outras medições no universo local e está um pouco em tensão com os valores obtidos quando o Universo era jovem”, pontua Frye.
A supernova e o valor da constante de Hubble derivado dela, todavia, precisam ser explorados mais a fundo. O grupo tem a expectativa de que observações futuras “melhorem as incertezas” para computação mais precisa.
Fonte: Olhar Digital / Por Rodrigo Mozelli
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