Relatório 2025 da Startup Blink aponta que o ecossistema brasileiro cresce abaixo da média mundial – SC, porém, tem algumas das cidades com maior crescimento no ranking nacional, como Joinville (foto) e Rio do Sul.
Maior ecossistema de inovação da América Latina, o Brasil enfrenta desafios para sustentar um crescimento mais robusto no cenário global. Apesar disso, algumas cidades brasileiras estão contrariando essa tendência — e parte dos destaques vem justamente do Sul do país, em especial de Santa Catarina.
É o que mostra o recém-lançado relatório Startup Ecosystem Index 2025, elaborado pela StartupBlink, com dados de 1.473 cidades e 118 países e que mede o volume de atividade no ecossistema, impacto e a performance das startups e a qualidade do ambiente de negócios (acesso a capital, políticas públicas e infraestrutura).
No ranking de países, o Brasil ocupa a 27ª posição, com crescimento abaixo da média mundial. O relatório aponta que o ecossistema brasileiro continua altamente centralizado em São Paulo, que mantém a 23ª colocação no ranking global e segue isolado na liderança nacional. A força da cidade, que tem uma pontuação quase oito vezes superior à do segundo colocado no país, reflete o peso do mercado brasileiro e o efeito da concentração de capital, talentos e investimentos. Ainda assim, essa concentração tem sido uma fragilidade histórica da inovação no Brasil.
Enquanto São Paulo se mantém estável e o Rio de Janeiro assume a segunda posição no país — mesmo com uma leve queda no ranking global (é a 147a. colocada) —, Curitiba perdeu 12 posições, registrando sua pior colocação desde 2020 (149a. posição). A retração foi atribuída, segundo o relatório, ao desempenho mais fraco no crescimento do ecossistema, hoje abaixo de 8%, o menor entre as dez principais cidades brasileiras. Na contramão desse cenário, Porto Alegre e Belo Horizonte ganham fôlego, subindo mais de 10 posições e chegando ao top 5 nacional.
Mas os dados mais surpreendentes vêm de Santa Catarina.
Florianópolis, que ocupa o 278o. lugar, subiu cinco posições e se mantém como a melhor colocada no estado. Mas foi Joinville (423a. posição) que apresentou uma das maiores escaladas do Brasil no índice, avançando mais de 100 posições no ranking global e assumindo a 9ª posição nacional, à frente de tradicionais hubs como Recife. Um desempenho que não acontece isoladamente: Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí, chega no ranking mundial já ocupando a 734ª colocação, a melhor estreia entre as cidades brasileiras que entraram no top 1.000 global em 2025. Outra cidade catarinense, Blumenau, também figurou na lista, no 612o. lugar – com um avanço de 72 posição.
O relatório também destaca Campinas, no interior paulista, como o ecossistema de maior crescimento percentual do Brasil, com avanço superior a 208%. Mas o dado que mais chama atenção é que tanto Campinas quanto Joinville entraram juntos no top 10 nacional, algo improvável há alguns anos, considerando que os ambientes de inovação estão historicamente concentrados nas capitais.
Esses movimentos confirmam uma tendência de descentralização gradual do ecossistema brasileiro, impulsionada por polos emergentes de inovação fora dos grandes centros tradicionais. No caso de Santa Catarina, a combinação entre qualidade de vida, ambiente de negócios favorável, densidade de empresas de tecnologia e integração entre setor produtivo, academia e governo parece ter sido determinante para esse resultado.
Em linhas gerais, o radar global reforça a tese de que inovação e desenvolvimento de startups não são mais prerrogativas exclusivas das metrópoles – as cidades médias, com modelos que combinam inovação, desenvolvimento econômico e qualidade de vida, também são capacidade de gerar ambientes de alto desempenho.
Este conteúdo é oferecido por meio da parceria SC Inova e Ecosystems – saiba mais aqui
Fonte: Por Fabrício Umpierres – editor SC Inova, scinova@scinova.com.br
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