O setor de tecnologia nos últimos anos promoveu o aquecimento da economia brasileira com expansão na abertura de empresas, em faturamento e na geração de empregos. Um dos estados líderes do crescimento do ecossistema nacional de inovação e tecnologia é Santa Catarina, que apresentou indicadores acima da média nacional e atingiu 38,3 bilhões em receita, com aumento de 7,6% em 2023 – a 2ª maior alta do país. Os dados foram divulgados no estudo Observatório ACATE 2024, lançado pela Associação Catarinense de Tecnologia no dia 16 de agosto, durante o último dia do evento Startup Summit.
Com a maior evolução de receita no setor de tecnologia do país, o Ceará lidera com a alta de 7,8%, seguido por SC (7,6%) e Paraná (5,5%). Os três estados estão acima da média nacional de expansão em faturamento, que foi de 5,2%.
Santa Catarina também é destaque no top 3 do ranking de representatividade do setor de tecnologia nas economias estaduais. Com participação de 7,5%, o setor catarinense tem a 3ª maior fatia do PIB em comparação às demais Unidades Federativas – nas primeiras posições estão Amazonas (15,4%), com influência da Zona Franca de Manaus, e São Paulo (11%), onde está o principal centro econômico do Brasil e a maior concentração de empresas.
O presidente da ACATE, Diego Ramos, apresentou os dados do Observatório em painel no estande da ACATE, no Startup Summit, e destacou que o setor de tecnologia estadual almeja para o futuro ampliar a competitividade. “A competição hoje se dá entre ecossistemas, países e estados. Precisamos melhorar e aumentar a competitividade do nosso ecossistema e das nossas empresas, as quais cada vez mais precisam olhar para fora e conquistar novos mercados”. Ele também acrescenta que a ACATE, enquanto entidade representativa do setor, contribuirá por meio de novas iniciativas, como o recém lançado programa ACATE Investidores, o qual se propõe a conectar startups a recursos de investidores anjo, fundos de investimentos e Corporate Venture Capital.
Santa Catarina, como um dos ecossistemas em crescimento no país, é o 6º em faturamento e em número de empresas de tecnologia, somando mais de 27,6 mil negócios – 4,7% do total de 587,2 mil CNPJs no Brasil. Apenas nos últimos cinco anos, foram criadas mais de 18 mil em SC. A recente alta no empreendedorismo inovador acompanha tendências como a digitalização do mercado com negócios atuando de maneira online. A presença virtual se intensificou durante a pandemia e atingiu seu auge em 2023 com 23% das novas empresas catarinenses.
O setor em SC é o 4º no país em empregabilidade, com mais 86,8 mil colaboradores, e o 3º estado quanto à participação de empregos em tecnologia a cada mil trabalhadores formais. Para atingir esses números, o segmento expandiu 300% entre 2007 e 2022 – percentual acima de setores tradicionais como a construção, turismo, comércio e indústria. Além do crescimento, os postos de trabalho na área também se destacam pela média salarial, que é até duas vezes maior em comparação com a construção e o comércio catarinense.
O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo do Estado de Santa Catarina, Marcelo Fett, também participou do lançamento do Observatório ACATE e afirmou que o crescimento obtido é fruto da união dos diferentes atores do ecossistema. “O setor de tecnologia é transversal e fundamental para o aumento da produtividade e competitividade do país. Em Santa Catarina temos um setor com maturidade e vivemos um momento próspero, em que todas as forças estão de alguma forma alinhadas com o propósito de gerar mais inovação, tecnologia e oportunidades”, ressalta.
As informações do Observatório ACATE têm como fonte principal um Sistema de BI desenvolvido pela entidade com base em dados levantados pela Neoway e fontes como a RAIS (Relação Anual de Informações Sociais). O levantamento contempla a quantidade de empresas em atividade, faturamento, número de empreendedores e trabalhadores. As atividades econômicas que identificam o setor seguem a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0), e se dividem em Hardware, Software e Serviços.
Além do lançamento do Observatório ACATE 2024, a Associação realizou no último dia de Startup Summit, pela manhã, mais uma edição do encontro periódico de líderes de polos regionais. A reunião teve a participação da diretoria da ACATE e representantes das oito entidades parceiras que atuam de forma localizada para o desenvolvimento dos ecossistemas das mesorregiões catarinenses.
Conforme dados do Observatório ACATE 2024, os polos de tecnologia do estado de SC apresentaram indicadores positivos. Acima da média estadual de evolução em faturamento, o setor no Oeste catarinense obteve a taxa de expansão de 19% entre 2022 e 2023, saindo de R$ 2,2 bi para R$ 3,1 bi. O Vale do Itajaí vem na sequência com alta de 13,75% em receita.
Todas as mesorregiões cresceram nos últimos três anos em número de empresas, com destaque para a Grande Florianópolis e o Sul de SC que tiveram salto acima de 50% no período. A região da capital catarinense também foi a maior geradora de empregos com evolução de 20% entre 2022 e 2023.
Consolidada com o setor de tecnologia mais representantivo do estado, a Grande Florianópolis lidera nos números totais de empresas (cerca de 9,3 mil), faturamento (mais de R$ 16,2 bilhões) e colaboradores (45,7 mil).
O desenvolvimento de Florianópolis, cidade conhecida como a Ilha do Silício no Brasil pelo seu potencial em inovação e tecnologia, foi destaque de um painel no estande da ACATE no último dia de Startup Summit. Tulio Duarte Christofoletti, vice-presidente de Ecossistema da ACATE junto a Juliano Richter Pires, secretário executivo de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia da Prefeitura Municipal de Florianópolis (PMF) e Ana Paula Pacheco, subsecretária de Inovação e Formação Técnica da PMF, debateram sobre o trabalho da Rede Inovação Florianópolis, parceria do município com a ACATE que fomenta o empreendedorismo inovador na cidade e aproxima o setor de tecnologia à comunidade. O painel colocou foco sobre políticas públicas voltadas para a inovação e a união do ecossistema local, conectando a academia, a sociedade civil organizada e os setores privado e público.
No último dia de Startup Summit, a ACATE também apresentou oportunidades do ecossistema de inovação nacional. Em painel, Philippe Fauguet Figueiredo, analista de Inovação do Sebrae Nacional, Renata Gabrielly da Silva, gerente de Inovação e Sustentabilidade do Sebrae Pará, Betina Zanetti Ramos, vice-presidente de Relacionamento da ACATE, e Gabriel Sant’Ana, diretor executivo da ACATE, debateram sobre oportunidades em bioeconomia, entre as quais estão programas do Sebrae destinados à geração de novos negócios como o Inova Amazônia, Inova Cerrado e Inova Pantanal. Essas iniciativas têm o objetivo de promover sustentabilidade e dinamizar a economia de territórios, valorizando da biodiversidade local.
Entre outras ações, o Sebrae também conta com o apoio da ACATE no projeto de estruturação do Polo de Referência em Bioeconomia, na região do Baixo Amazonas, no Pará. A iniciativa visa organizar o ecossistema local para oferecer suporte aos negócios atuantes no segmento de bioeconomia.
A programação do estande da ACATE também abriu espaço para a apresentação de desafios da corporate Whirlpool e das instituições Ministério Público (MPSC), Tribunal de Justiça (TJSC) e Tribunal de Contas (TCE/SC) do estado de Santa Catarina. Essas organizações também apresentaram seus desafios de inovação durante o LinkLab Open Day no Startup Summit às startups selecionadas pelo Prêmio Sebrae Startup. Outras corporates que participaram da iniciativa do programa de inovação aberta da ACATE dentro do evento neste último dia foram: Tintas WEG, Unifique, Grupo Panvel, Vitru, Porto Itapoá, Natura & CO, Unimed Grande Florianópolis, Governo de Santa Catarina, Embratur, Whirlpool, Petrobras, FioCruz, Eletrobrás, Finep, Dell, Bistek, Ailos, Brain powered by Algar, Briskcom, Engie, B3, Bunge, Energisa, Cemig, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.
Fonte: ACATE – Associação Catarinense de Tecnologia
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