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[OPINIÃO] Construir cidades mais inteligentes, eficientes e sustentáveis começa pelos prédios

Na sua opinião, “Cidade Inteligente” é um tema apenas do poder público ou também de toda a sociedade?

DuPont Innovation Building Brasil
Na foto, o Innovation Building da DuPont, que gera ganho anual de mais de R$ 2,7 milhões com conceitos de bem-estar aplicados no projeto de engenharia.

Antes de responder devemos pensar no conceito: o que seria uma cidade inteligente? Existem algumas abordagens conceituais, acadêmicas e políticas, mas gosto de pensar na cidade como um território que se desenvolve tendo como principal objetivo a promoção do sucesso das pessoas e dos negócios.

Pode parecer uma visão simples, porém, ao buscar o sucesso das pessoas, estamos falando de abordar aspectos como saúde, segurança, educação, mobilidade, cultura e lazer. São áreas muito ligadas ao papel do gestor público, mas não exclusivamente. Cada vez mais as cidades vêm ganhando espaços privados – mas de uso aberto, desenvolvidos para oferecer ambientes que materializam muitos dos aspectos abordados pelo conceito “smart” para cidades – como por exemplo, o Passeio Primavera, em Florianópolis.

Como resultado, o sucesso destes endereços desenvolvem a região em que estão inseridos, inspirando novos investimentos e por consequência, tornando as cidades melhores, criando um ciclo virtuoso: o prédio que melhora a rua; a rua que melhora o bairro; e por fim, o bairro que melhora a cidade.

E na indústria? Também podemos aplicar muitos destes conceitos, oferecendo um ambiente com infraestruturas que proporcionam saúde, conforto, bem-estar e principalmente, eficiência.

Passamos cerca de 90% do nosso tempo em ambientes fechados, e se consumimos cerca de 1kg de alimento e 2L de água por dia, respiramos diariamente cerca de 12 litros de ar, e a qualidade deste está diretamente ligada a nossa saúde – lembra da pandemia? Assim, cuidar também do ar que nossos colaboradores respiram enquanto estão em nossas indústrias e escritórios pode significar mais saúde, produtividade e menor índice de absenteísmo – a DuPont calcula um ganho anual superior a R$ 2,7 milhões com a aplicação destes conceitos em seu Innovation Building, localizado em São Paulo.

Em outro exemplo, a Uberlândia Refrescos, em Minas Gerais, possui a planta industrial mais eficiente do mundo, dentro do ecossistema da Coca-cola. E boa parte desta conquista deve-se aos 51,3% de economia com energia elétrica e 32% em redução do uso de água, graças a utilização de modernas e inovadoras técnicas de engenharia aplicadas na construção da fábrica. Como resultado, além do ganho financeiro, a fábrica possui altos índices de satisfação e rendimento da equipe (talentos), que se sente mais estimulada a trabalhar dentro de um ambiente mais sustentável e saudável.

Aquele percentual de eficiência que pode tornar a sua indústria mais competitiva pode estar sendo desperdiçado com energia e água, ou ainda, a espera de um ambiente de trabalho com mais iluminação natural e com melhor qualidade acústica e o do ar, que aumentam a concentração, disposição e rendimento dos colaboradores.

Coca Cola Uberlandia Refrescos interna menor
Com mais de 50% de economia com uso de energia elétrica e 32% de redução de consumo de água, planta industrial da Coca-Cola em Uberlândia (MG) é a mais eficiente da companhia no mundo. / Foto: Divulgação

Esta abordagem serve também para edifícios residenciais, afinal, quem não quer morar em um apartamento com isolamento acústico e que gaste menos energia elétrica? Conforto é ter ar-condicionado sempre ligado ou não precisar dele? Quanto vale uma boa noite de sono? Estas são perguntas que, salvo algumas exceções, apenas apartamentos de alto luxo tem respondido ao oferecer ambientes planejados e projetados com o que há de mais moderno em engenharia. 

E são estes edifícios que sobem a régua e estabelecem padrões que passam a ser referência ao mostrar aos seus usuários os benefícios, e ao mercado sua viabilidade, se constituindo em oportunidades para ajudar no desenvolvimento sustentável das cidades, consumindo menos energia e água – que pode ser captada da chuva e reutilizada até mesmo para o consumo humano, gerando menos resíduos e cuidando da saúde de quem os utiliza. 

Por isso podemos dizer que construir uma cidade inteligente não depende só do prefeito. É uma pauta da sociedade, que pode começar em construções mais eficientes e modernas, com arquitetura inspiradora, que oferecem um lar com iluminação natural e melhor conforto acústico e térmico – com menor necessidade do uso do ar-condicionado, ou um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo, de maneira sustentável (E) que gera resultados sociais (S) e financeiros (G). 

Fonte: SC Inova / Por Jean Vogel, presidente da Câmara de Smart Cities da FIESC

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