Na aviação, nem sempre tudo ocorre como planejado. O setor trabalha cada vez mais para desenvolver tecnologias que automatizem controles ou façam procedimentos padrão de forma simplificada. No entanto, a função de um controlador de tráfego aéreo pode nunca ser substituída por nenhum tipo de tecnologia ou IA, já que é essa profissão que lida com as adversidades dos voos.
É o que defende Amy Pritchett, uma engenheira aeroespacial líder de um estudo encomendado pelo Congresso norte-americano sobre os controladores de tráfego áereo, ao The Conversation. Por mais que a IA já facilite o trabalho, ela pode nunca dar conta da completude do cargo.
Ela explica: segundo a Administração Federal de Aviação, os controladores de tráfego aéreo são os responsáveis por controlar o tráfego de aeronaves para evitar colisões. Ainda, eles fornecem “um fluxo de tráfego aéreo seguro, ordenado e rápido” e outros serviços para ajudar pilotos a voarem com segurança, evitando montanhas ou condições climáticas adversas, por exemplo.
Eles também são os responsáveis por liberar uma aeronave para decolar e pousar, garantindo que elas tenham a estrutura correta para isso e estejam devidamente espaçadas umas das outras.
Tudo isso funciona a partir de monitores e sistemas de comunicação via rádio em torres de controle nas pistas de voo. No entanto, apesar da profissão depender da tecnologia, grande parte dela também depende do fator humano.
Pritchett exemplifica. Imagine que, depois de horas de voo e de controle de tráfego diário, um operador recebe uma chamada de um piloto de uma pequena aeronave pedindo para pousar. O condutor confirma que está tudo certo, mas, da cabine, o controlador não vê um trem de pouso estendido para possibilitar a parada.
Então, o controlador pede que o piloto voe mais baixo e perto da torre para verificar se o que acontece. Ele vê que a peça realmente não está lá, mas rapidamente aciona caminhões de segurança e bombeiros para caso algo aconteça na descida. Nesse caso, só foi possível atender aos protocolos de segurança porque um ser humano fez contato visual com a aeronave.
Pritchett não nega que a tecnologia ajude na aviação. Aqui vai alguns exemplos de como ela pode agregar ao setor:
O exemplo dado pela engenheira aeroespacial é um dos que a IA não pode substituir. No trabalho de controle de tráfego aéreo, por exemplo, parte importante ainda depende do fator humano.
No artigo, ela ainda menciona a popularização de novos tipos de aeronaves, como as não tripuladas que voam abaixo de 122 metros e longe dos aeroportos. É o caso de drones de entrega, de socorro ou até amadores.
Porém, também é o caso de novos modelos de negócio que querem usar aeronaves desse tipo para voar em espaço controlado, como rotas regulares. Isso exigiria interação com os controladores de tráfego, mas, como ainda são uma novidade, precisam da flexibilidade que só os humanos conseguem entender. Em condições extremas, como possíveis acidentes, a falta de preparo da tecnologia poderia não dar conta.
Fonte: Olhar Digital / Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Lucas Soares
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados. Ascenda Digital Mídia LTDA.