A OpenAI lançou o Sora, gerador de vídeos com inteligência artificial (IA) generativa, em fevereiro. Desde então, a desenvolvedora do ChatGPT tem trabalhado com profissionais envolvidos com criatividade (artistas visuais, designers, cineastas) para aprender como o Sora pode auxiliar processos criativos. Pelo menos, segundo a empresa.
A companhia publicou, na segunda-feira (25), diversos trechos das primeiras impressões desses profissionais. Para a OpenAI, o feedback foi “valioso” para a empresa aprimorar o Sora.
Confira abaixo os comentários dos profissionais sobre como o Sora se encaixou em seus fluxos de trabalho e negócios, conforme divulgado pela OpenAI (os vídeos gerados por cada um estão disponíveis no site da empresa):
Baseada em Toronto, no Canadá, a shy kids é uma empresa de produção multimídia que utilizou o Sora para seu curta-metragem sobre um homem-balão. “Agora temos a capacidade de expandir histórias que uma vez consideramos impossíveis”, compartilha o trio formado por Walter Woodman, Sidney Leeder e Patrick Cederberg.
Walter, que dirigiu Air Head, comenta que “por mais que o Sora seja bom em gerar coisas que parecem reais, o que nos empolga é sua capacidade de fazer coisas totalmente surreais. Uma nova era do expressionismo abstrato.”
Paul Trillo é um artista multidisciplinar, escritor e diretor cujo trabalho ganhou elogios de veículos como Rolling Stone e The New Yorker. Paul também conquistou 19 Vimeo Staff Picks, honra dada aos melhores curtas-metragens hospedados no Vimeo.
“Trabalhar com o Sora é a primeira vez que me senti desamarrado como cineasta”, disse Trillo. “Não restrito por tempo, dinheiro, permissão de outras pessoas, posso idealizar e experimentar de maneiras ousadas e empolgantes.”
O diretor acrescentou: “O Sora é mais poderoso quando você não está replicando o antigo mas trazendo à vida novas ideias impossíveis que de outra forma nunca teríamos tido a oportunidade de ver.”
Native Foreign é uma agência criativa de Los Angeles, Califórnia (EUA), indicada ao Emmy, especializada em narrativas de marcas, design de movimento e títulos, e fluxos de trabalho com IA generativa.
O cofundador Nik Kleverov, que tem usado o Sora “para visualizar conceitos e iterar rapidamente no criativo para parceiros de marca,” sugere que as restrições orçamentárias não precisam mais moldar inteiramente a narrativa da criatividade. “Sou um daqueles criativos que pensa em movimento, então quando estou no Sora realmente sinto que posso dar vida a qualquer ideia.”
August Kamp é uma musicista, pesquisadora, ativista criativa e artista multidisciplinar. “O Sora representa um verdadeiro ponto de virada para mim como artista cujo alcance sempre foi limitado pela imaginação em desacordo com os meios,” ela explica.
“Ser capaz de construir e iterar em visuais cinematográficos de forma tão intuitiva abriu caminhos categoricamente novos para mim… Mal posso esperar para ver que outras formas de narrativa se tornarão acessíveis com o futuro dessas ferramentas”, acrescentou.
Josephine Miller é a cofundadora e diretora criativa do Oraar Studio, com sede em Londres (Inglaterra), especializado no design de visuais 3D, realidade aumentada e moda digital.
“O Sora abriu o potencial para dar vida a ideias que tive por anos, ideias que anteriormente eram tecnicamente impossíveis,” ela afirma. “A capacidade de conceituar rapidamente em um nível tão alto de qualidade não está apenas desafiando meu processo criativo, mas também me ajudando a evoluir na narrativa. Está me permitindo traduzir minha imaginação com menos restrições técnicas.”
Iniciando sua carreira na DreamWorks Animation, Don Allen III é um criador multidisciplinar, palestrante e consultor que colabora com grandes empresas de tecnologia e entretenimento em realidade mista, realidade virtual e aplicações de IA.
“Há muito tempo venho criando criaturas híbridas de realidade aumentada que acho que seriam combinações divertidas em minha mente. Agora tenho uma maneira muito mais fácil de prototipar as ideias antes de construir completamente os personagens 3D para colocar em computadores.”
Don destacou a “estranheza” do Sora como sua maior força: “Não é limitado pelas leis tradicionais da física ou convenções de pensamento.” Ele diz que trabalhar com o Sora mudou seu foco de “obstáculos técnicos para pura criatividade… desbloqueando um mundo de visualização instantânea e prototipagem rápida.”
Alexander Reben é um artista que passou a última década criando obras que exploram o humor e o absurdo da natureza humana em inteligência artificial. Alex tem criado esculturas que se originam de imagens geradas por IA, transformando manualmente essas criações de IA em modelos 3D materializados no mundo físico.
“Minha experiência de usar o Sora foi como um ponto de partida para desenvolver escultura 3D. Meus pensamentos se voltaram para explorar o domínio da fotogrametria e suas potenciais aplicações em escultura. A perspectiva de transformar vídeo em modelos 3D me intrigou, pois indicava impulsionar o sistema de IA além de seu escopo inicial.”
Fonte: Olhar Digital / Por Pedro Spadoni
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados. Ascenda Digital Mídia LTDA.