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Transição energética e inovações tecnológicas pautam 12ª edição do Energy Show

Evento apresentou discussões em painéis sobre Geração, Mobilidade Elétrica, Distribuição, Gás & Descarbonização, Mercado Livre e Inovação

A 12ª edição do evento Energy Show promoveu cerca de 15 horas de painéis com especialistas, empresas, órgãos públicos e organizações do setor de energia. Em discussão estiveram as transformações proporcionadas por tecnologias e inovações para a transição energética em diversas áreas do segmento.

O evento contou com a presença de público no Centro de Inovação ACATE Primavera, em Florianópolis (SC), entre os dias 10 e 13 de junho. O conteúdo de todos os painéis do Energy Show foram transmitidos de forma online e estão disponíveis no canal de YouTube da ACATE.

O Energy Show, realizado pela Vertical Energia da ACATE, teve a parceria da Energy Future e contou com a Celesc como anfitriã, além da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), Intelbras e Statkraft como co-anfitriãs.

As empresas Data Life Global, PV Operation, Aquarela Analytics, PlanET, Briskcom, BR.Digital Telecom, Engie, SecuControl e o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea/SC) foram patrocinadores. Esta edição do Energy Show também teve o apoio da FINEP, Decision FGV e Nexpon, além da co-realização da AQTech, GTX Tecnologia, Way2, Norus, EVPV Power, MKS Messtechnik Service, Gás Orgânico e Wihex.

Geração

A trilha de conteúdos que abriu a 12ª edição do Energy Show, no dia 11 de junho, foi dedicada aos agentes do setor elétrico da área de geração de energia, com a presença de representantes das empresas e companhias Celesc, Cemig, Statkraft, Auren Energia Renováveis, Head Energia e Way2. A discussão em torno da produção energética teve como foco a modernização do setor elétrico, desde a evolução de inovações relacionadas à sustentabilidade ambiental até a aplicação de tecnologias visando o futuro do setor.

O primeiro painel demonstrou a convergência do segmento elétrico pelo uso de inovações tecnológicas para transição energética, promovendo a descarbonização na geração de energia. Uma das apostas das companhias é a hibridização de fontes renováveis, em que a produção hidrelétrica, eólica, solar e de hidrogênio verde podem atuar de maneira complementar.

Além da transição energética, foram apontados desafios que aceleram a transformação do setor elétrico, entre eles, o aumento do consumo. Em Santa Catarina, Pablo Cupani Carena, engenheiro na Celesc, analisou o crescimento da energia distribuída pelo número de horas a cada ano: “A demanda média do estado em 2008 estava na casa de 2 mil Megawatt (MW). 15 anos depois, em 2023, essa demanda aumentou para 3,2 mil MW. Um aumento de cerca de 3,5% todos os anos”. 

O cenário dos geradores também passa por mudanças na forma de comercialização da energia, podendo ser realizada no varejo a partir da introdução do mercado livre de energia em 2024. Atualmente, unidades consumidoras do grupo A, entre elas indústrias e estabelecimentos comerciais de grande porte que recebem energia de alta tensão, podem escolher seus fornecedores para realizar contratos.

Em todo o contexto de transformações, o painel também situou a aplicação da inteligência artificial (IA) para aprimorar as atividades das companhias, por exemplo, em: 

• Processos da comercialização de energia, entre elas a gestão de riscos e a precificação;
• Otimização de recursos materiais e pessoal;
• Gestão e operação de ativos.

O segundo painel da trilha de geração de energia teve como foco central o desenvolvimento da inteligência artificial para agentes do setor elétrico, com a participação das empresas Briskcom, Data Life, Aquarela Analytics e PV Operation. Os representantes dos negócios de tecnologia apresentaram soluções inovadoras e ressaltaram que a aplicação da IA precisa ser guiada para a solução de problemas existentes e identificados pelos clientes.

Mobilidade Elétrica

O setor automobilístico passa pela transformação com o movimento da transição energética e agrega tecnologias para a eletrificação de automóveis. Sobre o cenário brasileiro da mobilidade elétrica, a segunda trilha do Energy Show reuniu agentes responsáveis pela produção e distribuição de veículos elétricos – a General Motors (GM) e a Fever – e, também, pela formação de novos profissionais e pesquisadores no segmento – o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC). 

Conforme exposto por Diogo Seixas, mediador do debate sobre mobilidade elétrica e vice-diretor da Vertical Energia da ACATE, o Brasil já chegou a 130 mil veículos elétricos, número que representa 0,2% da frota nacional, segundo dados do Detran. Mesmo ainda em baixo número nas estradas, as vendas crescem de forma expressiva, sendo os elétricos 5% das vendas de novos veículos, aponta a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).

A tendência de crescimento da eletrificação é acompanhada por benefícios sustentáveis, relacionados a troca do combustível fóssil pelo renovável, e também por mudanças no comportamento de motoristas e no trânsito, elencam os painelistas: 

• Redução das emissões de carbono a zero;
• Possibilidade de autonomização, sendo capaz de reduzir congestionamentos e acidentes;
• Compactação dos automóveis, diminuindo o número de peças;
• Melhor mobilidade aos cidadãos e clientes através do transporte público e de cargas, ambos eletrificados;
• Expansão do modelo de assinatura ou aluguel de veículos.

A painelista Glaucia Roveri, gerente de Serviços de Energia e Infraestrutura de Veículos Elétricos da GM, complementou sobre como os veículos elétricos podem também expandir mercados para além do país: “No Brasil temos tudo: os minerais necessários para construir baterias, matriz energética super limpa, força e conhecimento para o desenvolvimento científico. Temos tudo para trazer a eletrificação para cá e ser uma potência, um polo exportador. Precisamos assumir isso e ter vontade de colocar todos os mecanismos necessários de tecnologia, investimento e estratégia a nível país para trazer para cá”. 

Uma das iniciativas de promoção do modal não poluente é o projeto Convert, do IFSC, que promove a conversão de veículos à combustão para a eletricidade. Além disso, a instituição de ensino federal de SC está conectada a outros centros de educação brasileiros e internacionais para fomentar a capacitação de pesquisadores e profissionais especializados na manutenção e conversão de automóveis.

O desenvolvimento do segmento de mobilidade elétrica também passa pelo crescimento da infraestrutura de recarga dos veículos, que foi tema de painel com a participação da Celesc, Cemig, Intelbras e EVPV Power. Os agentes debateram sobre os desafios da instalação e manutenção de eletropostos públicos e privados. 

Distribuição

Outra trilha de conteúdos da 12ª edição do Energy Show, apresentada no dia 12 de junho, destacou as tecnologias que geram benefícios para que a energia chegue aos mais de 90 milhões de consumidores no Brasil. O painel sobre Smart Grid contou com a participação das concessionárias Copel, Cemig e Celesc. 

O debate foi mediado por Lindemberg Reis, gerente de Planejamento e Inteligência de Mercado da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), que abriu as discussões situando que o cenário de distribuição brasileiro é composto por 3,8 milhões de quilômetros de redes, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Ele também acrescentou que a distribuição precisa ser cada vez mais interconectada e resiliente para atender aos diferentes perfis de consumidores, considerando a diversidade de características sociais, econômicas, geográficas e de concessões.

Entre as ações detalhadas pelos painelistas para aprimorar a distribuição de energia elétrica estão:

• Medidores inteligentes e telemedição;
• Redes de comunicação;
• Inovação com tecnologias emergentes de Internet das Coisas (IoT), sensoriamento, rede, governança, controle e automação de ativos;
• Infraestrutura de redes trifásicas em áreas rurais;
• Self-healing – termo que se refere ao monitoramento para diagnosticar falhas e restaurar a energia de forma autônoma;

O segundo painel da trilha de Distribuição teve como fio condutor a temática de perdas técnicas e não técnicas de recursos, como os furtos, que ocasionam malefícios para a rede elétrica e, consequentemente, colapsos operacionais e aumentos de tarifas. O debate teve a participação de representantes da Abradee, Celesc, Copel e Way2. 

Gás & Descarbonização

A trilha de conteúdos sobre Gás & Descarbonização do Energy Show em 2024 apresentou três painéis sobre o papel de gases de baixa emissão em meio à transição energética. O primeiro bloco teve como foco a infraestrutura e a logística de biogás, com a participação das companhias SCGÁS, Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG), SCPar, além da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) e a empresa Gás Orgânico. 

Marcelo Mendonça, diretor da Abegás, ressaltou na abertura das discussões a evolução em busca de uma matriz energética limpa. “O gás natural contribui há muito tempo para a transição energética. Tivemos o momento de substituição do óleo combustível e do GLP, buscando o gás natural como combustível de baixa emissão. O mercado que temos hoje para substituir é o de veículos pesados, substituindo o diesel”. O painelista Robson Coelho, da TBG, complementou que para a eficiência da transição é necessário criatividade e coordenação para incentivar o biogás por meio de políticas públicas, testes de inovações e investimentos.

Quanto ao sistema de transporte e distribuição de gás no Brasil, sua composição é de uma malha de mais de 50 mil km de rede, que de acordo com Marcelo Mendonça é pequena se comparada a outros países, mas que tem capacidade de se desenvolver de acordo com a realidade nacional e com esforços para garantir sustentabilidade, para além da criação de novos gasodutos.

Os painéis seguintes tiveram como foco a descarbonização e a utilização de inovações na cadeia do gás, seja por meio de novas tecnologias no mercado de combustíveis como também em políticas públicas. Ambos os painéis reuniram representantes das organizações Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), PlanET Biogas Brasil, Associação Brasileira do Biogás (Abiogás), Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás), Cemig e Yogui.

Mercado livre

O último dia da 12ª edição do Energy Show foi aberto com painel sobre relações entre o mercado de energia e o varejo em debate que reuniu os seguintes players:  Vivo, Engie, Norus, Way2 e Ecom Energia. As discussões tiveram início sobre o posicionamento da energia como produto para comercialização no mercado livre de energia, em que consumidores podem escolher seus fornecedores de eletricidade.

O varejo do mercado de energia foi introduzido em 2024 para clientes que consomem energia de alta tensão. No painel, os responsáveis pelo fornecimento de energia elencaram desafios de comunicação, os riscos desse mercado e as oportunidades de redução de custos das tarifas.

O último dia da 12ª edição do Energy Show foi aberto com painel sobre relações entre o mercado de energia e o varejo em debate que reuniu os seguintes players:  Vivo, Engie, Norus, Way2 e Ecom Energia. As discussões tiveram início sobre o posicionamento da energia como produto para comercialização no mercado livre de energia, em que consumidores podem escolher seus fornecedores de eletricidade.

O varejo do mercado de energia foi introduzido em 2024 para clientes que consomem energia de alta tensão. No painel, os responsáveis pelo fornecimento de energia elencaram desafios de comunicação, os riscos desse mercado e as oportunidades de redução de custos das tarifas.

Inovação

Três painéis encerraram o Energy Show no dia 13 de junho. O primeiro teve como tema central o apoio do setor elétrico à neoindustrialização brasileira com a presença de representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil (ANP), Beta-i-Brasil, Celesc e Cemig.

O diretor da Vertical Energia da ACATE, Wilian Zanata, abriu as discussões ressaltando que a neoindustrialização abre a oportunidade do Brasil promover uma indústria de tecnologia de valor agregado e acrescentou que o setor elétrico possui grande porte, além de diversas formas de inovar e problemas para serem solucionados.

O painel ressaltou iniciativas que apoiam o setor a se desenvolver como o Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) da Aneel, o qual obriga as empresas de energia elétrica a realizarem investimentos em PD&I e é uma iniciativa pioneira no cenário internacional para fomentar o segmento com investimentos públicos. Outro programa é o de Eficiência Energética (PEE), também da Aneel, e que visa otimizar o consumo de energia.

Além dos incentivos para aprimorar as empresas, outra frente de ações se refere ao apoio a talentos para a inovação no segmento de energia. Uma das iniciativas é realizada pela ANP, com o objetivo de conectar o setor regulado às instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICTs) e empresas brasileiras.

O segundo painel da trilha de Inovação debateu também diferentes formas de aporte de recursos financeiros e oportunidades para startups e scale-ups no âmbito de fomento à inovação. As discussões tiveram a participação da Finep, Statkraft, Cemig e Celesc.

Ao final do bloco de conteúdos que encerrou o Energy Show, foi apresentada a experiência de um hackathon realizado pela CCEE que teve o objetivo de criar soluções para o desafio de como fomentar produtos e tecnologias inovadoras para atender as necessidades do mercado. Na iniciativa, a CCEE recebeu inscrições de todas as regiões do país e disponibilizou ambiente controlado e aplicações para que empresas e startups pudessem desenvolver propostas, além de mentorias e premiações em dinheiro para as vencedoras. O último painel teve a participação das empresas FloripaBit, Way2 e Navarra Technologies, as quais venceram o hackathon e conversaram sobre as oportunidades do projeto.

Vertical Energia da ACATE

Realizadora do evento, a Vertical Energia da ACATE é um grupo formado por mais de 80 empresas de base tecnológica que atuam no desenvolvimento e comercialização de soluções para o setor de energia.

As empresas do grupo oferecem produtos e serviços em áreas como: telemedição, controle de geração de energia, circuitos integrados, automação, proteção e controle de subestações, diagnóstico de falhas e prognóstico da vida útil de sistemas de energia elétrica, geração distribuída, fontes de alimentação CA/CC e entre CC/CC, entre outras.

Fonte: ACATE – Associação Catarinense de Tecnologia

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