Alguns dos vírus dos quais tentamos nos proteger podem ser, na verdade, benéficos: pesquisadores ao redor do mundo estão estudando como eles podem ser modificados e usados para apoiar no tratamento do câncer. A ideia não é exatamente nova e já foi aprovada em alguns países, com avanços que dão esperança na cura da doença.
Os vírus estão sendo estudados ao redor do mundo para que possam ser utilizados contra células cancerígenas.
No entanto, é importante que isso aconteça de forma segura, com garantia de que o patógeno não causará nenhuma doença.
Para garantir isso, um trio de pesquisadores de diferentes países publicou um artigo na revista Nature com orientações padronizadas sobre o design de vírus oncolíticos (OV, na sigla em inglês), como são conhecidos os vírus capazes de ajudar no tratamento do câncer.
O artigo descreve os OVs como uma nova classe de agentes de imunoterapia contra o câncer que infectam e destroem as células cancerígenas. Ao mesmo tempo, eles promovem a imunidade antitumoral.
Shashi Gujar, o autor do estudo, explicou ser quase como uma vacinação indireta, porque o vírus chama a atenção do sistema imunológico. Com ele em alerta, o câncer também é encontrado.
Os OVs ainda precisam ser testados antes que possam ser oficializados como uma forma de tratamento ao câncer (por exemplo, é necessário ter a garantia de que eles terão como alvo apenas as células cancerígenas e não as saudáveis).
Alguns países já aprovaram a tecnologia, como Estados Unidos, China e Europa. Nesses, os vírus herpes simplex, reovírus, sarampo e adenovírus já estão sendo usados no tratamento de alguns tipos de câncer, como o melanoma. O Canadá ainda não aprovou o uso, mas tem um dos maiores laboratórios do mundo investigando esse setor.
O Dr. John Bell, co-autor do estudo, relatou como os vírus oncolíticos estão deixando a área da saúde entusiasmada, mas que ainda é necessário padrões rígidos de segurança para a aplicação em tratamentos.
Fonte: Olhar Digital / Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Gabriel Sérvio
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