Organizadores e ecossistema local apresentaram projeto que deve impactar 100 mil pessoas por dia e lançam desafio para atrair startups e empresas. A iniciativa testará tecnologias em áreas como mobilidade, segurança, infraestrutura, logística e gestão de dados
Um dos principais festivais de música de Portugal será, a partir deste ano, uma cidade inteligente. É o que a organização do Rock In Rio Lisboa apresentou durante o Web Summit 2025, em parceria com representantes do setor público, startups e universidades, no estande da Startup Portugal. A chamada Smart City of Rock pretende ser o maior laboratório vivo (living lab) de cidades inteligentes do planeta, reunindo soluções testadas diretamente por um público estimado em 100 mil pessoas por dia.
O foco são soluções para mobilidade, energia, IA, comunicação, gamificação, saúde, segurança, infraestrutura inteligente, gestão de resíduos, turismo, wearables, streaming interativo, experiências imersivas e gestão de dados.
Em conversa exclusiva com o SC Inova, a vice-presidente executiva do Rock in Rio, Roberta Medina, destaca que o grande diferencial do projeto é a sua capacidade de tornar a tecnologia visível, tangível e humana. “Living labs são, muitas vezes, difíceis de enxergar. Aqui, mostramos a tecnologia de forma sexy, num contexto que as pessoas amam, que é um megaevento cultural. Isso reduz receios, aproxima e mostra como a inovação melhora a experiência humana.”
Nos últimos anos, o festival se tornou um exemplo global de eficiência operacional com apoio da tecnologia, com a redução do uso de 75 para apenas 9 geradores após implementar sistemas de monitoramento energético com parceiros como a Vodafone. “Um mundo melhor começa quando você serve melhor o seu público. E isso vale para qualquer cidade”, destacou Roberta.
A vice-presidente do Rock In Rio defende que eventos mainstream são a melhor vitrine para mostrar ao cidadão comum (e também a empresas e governos) que tecnologia pode gerar impacto imediato e perceptível. Por isso, a Smart City of Rock terá até “circuitos de visita” para que público, investidores e autoridades possam ver tanto o frontstage quanto os bastidores operacionais.
Para Egon Barbosa, CEO da Liquid Innovation Co. — empresa responsável pela concepção do projeto junto ao Rock in Rio — o diferencial está na escala. “É o maior living lab do mundo. Poucas cidades têm a chance de testar tecnologias com 300 mil pessoas por fim de semana. Ainda não teremos uma cidade inteligente completa em 2026, mas a cada edição, evoluímos junto com as tecnologias que surgirão”. A iniciativa, reforça, nasce a partir de um propósito de inovação colaborativa.
“Não somos um clube privado. Queremos startups, empresas, universidades, instituições e até organizações que não são tech. Todos que acreditam que suas soluções podem contribuir para um mundo melhor podem participar.” Um dos parceiros do evento é o iCities, que promove eventos como o Smart City Expo Curitiba e o IoT Solutions Congress fará a conexão com redes e empresas ligadas ao tema de cidades inteligentes.
Durante o painel, foi aberta a chamada pública para startups e empresas, pelo link rockinriolisboa.pt/en/startups-smart-city-of-rock A organização do festival também fará visitas técnicas às empresas e instituições de ensino e tecnologia locais, mapeando tecnologias capazes de operar já em 2026.
Além da chamada para startups, o festival também lançará o Smart Rock Tank, uma rodada de investimentos com “trusted sharks” — investidores e empresas parceiras que avaliarão soluções com potencial real de escala. “Queremos ser plataforma para negócios e para melhorias reais. A Smart City of Rock só faz sentido se gerar entregas concretas para as cidades”, comenta Egon.
Roberta Medina espera que a iniciativa seja replicada futuramente nas edições brasileiras do evento, mas destacou que Lisboa apresentou as condições ideias para essa conexão entre empresas, setor tech, academia e governos:
“Lisboa priorizou a inovação, a cultura e a atração de eventos como o Web Summit como chaves para o posicionamento internacional da cidade, investiu na criação de infraestruturas que suportam e convidam o ecossistema de inovação. O Brasil é gigante, só precisa de articulação para criar ambientes, como Portugal fez, que conectem cultura, inovação e desenvolvimento urbano”, ressaltou.
Fonte: Por Fabrício Umpierres, editor SC Inova – scinova@scinova.com.br
Direto do Smart City Expo World Congress, em Barcelona (ESP)
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