A construção de uma usina de dessalinização em Fortaleza (CE) oferece “riscos potenciais” para as telecomunicações – leia-se: internet – no Brasil. É o que apontou um estudo, realizado pela Superintendência de Controle de Obrigações da Anatel, ao qual o site Tele.Síntese teve acesso.
O estudo destaca um risco considerável devido à localização prevista para a usina, que se encontra na mesma área de chegada da maioria dos cabos submarinos conectando a América do Sul.
A Telcomp, uma entidade setorial, já expressou seu alerta sobre os problemas identificados e espera que o estudo da Anatel tenha repercussão nos órgãos governamentais federais, especialmente aqueles responsáveis pela defesa de infraestrutura crítica.
A posição do setor de telecomunicações é de preocupação significativa, não pela oposição à dessalinização da água em si, mas pelos riscos que o projeto atual representa para as telecomunicações do país.
Fortaleza é um ponto crucial para as telecomunicações, sendo o segundo maior ponto de concentração de cabos submarinos do mundo. A cidade desempenha um papel vital no escoamento de tráfego de internet da América do Sul, tornando qualquer ameaça à sua infraestrutura de telecomunicações uma questão de importância nacional e internacional.
O relatório da Anatel aponta omissões graves nos estudos realizados pela Cagece, a empresa de águas do estado do Ceará. Segundo a Anatel, esses estudos subdimensionam os riscos para as infraestruturas de telecomunicações, incluindo cabos submarinos, estações de telecomunicações e data centers na região.
A Anatel, em sua análise crítica, enfatizou a falta de consideração adequada dos riscos aos cabos submarinos e outras infraestruturas essenciais de telecomunicações na área. Como resultado, a agência recomenda a alteração do projeto de construção da usina para outro local, reiterando sua oposição aos termos do projeto atual.
Fonte: Olhar Digital / Por Pedro Spadoni
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