Adam Mosseri, que administrou o feed de notícias do Facebook em 2016, falou sobre o propósito da rede social ao comentar uma postagem nela.
Os riscos adicionais de escrutínio, negatividade e integridade que acompanham conversas sobre política e notícias do dia (as “hard news” ou “notícias quentes” no jargão jornalístico) não valem o “engajamento ou receita adicional”, escreveu Mosseri.
A conversa começou com uma postagem do editor do The Verge. Nela, ele escreveu sobre como os veículos de comunicação usariam (ou não) o Threads. Veja abaixo:
“Será interessante ver como os veículos de comunicação vão abraçar ou não o Threads.
A Meta, como empresa, passou os últimos anos distanciando-se ativamente das notícias e literalmente rebaixando-as [na priorização do algoritmo] no FB [Facebook] e IG [Instagram]. Matou a aba de notícias, etc. Agora ameaça retirar todas as notícias em países propondo leis que exigiriam pagamentos aos editores para hospedar seus links.
Mas se este aplicativo for um concorrente real do Twitter, precisará que a indústria de notícias o adote. A Meta está pronta para isso?”.
Foi aí que veio a primeira resposta do head do Instagram. Leia abaixo:
“O objetivo não é substituir o Twitter. O objetivo é criar uma praça pública para comunidades do Instagram que nunca usaram o Twitter de verdade e para comunidades no Twitter (e outras plataformas) que estão interessadas num lugar menos raivoso para conversas, mas não todo o Twitter.
Política e notícias do dia inevitavelmente aparecerão no Threads – também apareceram no Instagram até certo ponto – mas não faremos nada para encorajar isso”.
Então, o editor do The Verge questionou:
“É porque você não acha que política e notícias fornecem valor em relação às outras [formas de usar a rede social]? Por conta da bagagem que a empresa tem em relação a notícias? Mistura dos dois?”
Ao que o head Mosseri respondeu:
“Política e notícias quentes são importantes, não quero sugerir o contrário. Mas minha opinião é que, do ponto de vista de uma plataforma, qualquer envolvimento ou receita adicional que eles possam gerar não vale a pena o escrutínio, a negatividade (vamos ser honestos) ou os riscos de integridade que os acompanham.
Existem mais do que suficientes comunidades incríveis – esportes, música, moda, beleza, entretenimento, etc – para criar uma plataforma cheia de energia e entusiasmo sem a necessidade de entrar em política ou notícias do dia”.
Fonte: Pedro Borges Spadoni / Olhar Digital
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