Você já teve a sensação que o seu celular escuta suas conversas? E já se perguntou se era coisa da sua imaginação e ‘apenas’ uma coincidência quando seu aparelho faz algumas ‘sugestões’? Pois eu já e não estou sozinha nessa!
Em termos técnicos, um smartphone pode, sim, escutar conversas, pois a maioria tem microfones sempre ativos para recursos como assistentes virtuais (Siri, Google Assistant). Porém, esses assistentes só deveriam ativar quando você usa uma palavra de ativação como “Ok, Google” ou “Hey, Siri”.
Muitas pessoas relatam que, após conversas sobre certos tópicos, começam a ver anúncios relacionados nas redes sociais ou navegadores. No entanto, empresas como Facebook e Google negam que usem gravações de áudio para segmentação de anúncios. Elas afirmam que utilizam dados como histórico de navegação, localização e interações online para gerar anúncios personalizados.
Para que um aplicativo use o microfone, o sistema operacional (como iOS ou Android) pede explicitamente a permissão do usuário. Aplicativos maliciosos podem tentar usar essa permissão para ouvir conversas, mas existem restrições e verificações de segurança para prevenir abusos.
É possível que anúncios e sugestões que pareçam “ouvir” suas conversas sejam, na verdade, baseados em padrões complexos de comportamento que você apresenta online, como buscas recentes, interações em redes sociais e locais que você visitou.
Então, embora os celulares possam, em teoria, escutar conversas, não há evidências conclusivas de que isso ocorra de forma sistemática ou rotineira sem o consentimento explícito do usuário. É sempre uma boa prática revisar as permissões dos aplicativos e ajustar as configurações de privacidade para maior controle.
Se você está preocupado se o seu celular escuta suas conversas, existem algumas medidas que pode adotar para proteger sua privacidade.
Acesse as configurações do seu celular e verifique quais aplicativos têm permissão para usar o microfone. Se você perceber que algum aplicativo não precisa dessa permissão, desative-a.
Se você não usa assistentes virtuais, desative-os ou restrinja o acesso deles ao microfone:
Existem aplicativos que ajudam a monitorar e bloquear o uso de microfones por apps em segundo plano. Apps como o NetGuard (para Android) ou Lockdown (para iOS) ajudam a monitorar o tráfego de dados e prevenir abusos.
Se a preocupação for extrema, existem capas de celular ou dispositivos específicos que bloqueiam fisicamente o acesso ao microfone. Eles evitam que o dispositivo capte áudio, mesmo que ele tente.
Sempre mantenha o software do seu celular atualizado. As atualizações geralmente corrigem vulnerabilidades que podem ser exploradas por aplicativos maliciosos.
Alguns aplicativos têm mais permissões do que deveriam. Se você não usa ou confia em um aplicativo, desinstale-o. Alternativamente, limite as permissões para acessar o microfone, câmera e localização.
Muitos navegadores pedem permissão para acessar o microfone e a câmera. Desative a permissão automática para sites acessarem esses recursos:
Alguns aplicativos podem estar transmitindo dados em segundo plano, como áudio ou localização. Use as configurações do sistema para monitorar o uso de dados e identificar comportamentos suspeitos.
Uma maneira simples de garantir que o celular não está captando informações é colocá-lo em modo avião ou desligá-lo durante conversas sensíveis.
Aplicativos como Signal e WhatsApp oferecem comunicação criptografada, garantindo que as mensagens e chamadas sejam seguras.
Os cookies, pixels de rastreamento e algoritmos estão todos relacionados à coleta e uso de dados sobre o comportamento do usuário na internet, mas não diretamente com a questão de “se o celular escuta nossas conversas”. No entanto, eles têm um papel importante na forma como as empresas rastreiam e utilizam informações para personalizar anúncios e conteúdos, o que pode criar a impressão de que os dispositivos estão “ouvindo” as pessoas.
Cookies e pixel de rastreamento são mecanismos usados principalmente para rastrear o comportamento online, não para gravar ou escutar suas conversas. Eles monitoram suas atividades na internet, como:
Isso permite que as empresas criem um perfil detalhado de você, mesmo sem capturar conversas de áudio. Quando você vê anúncios aparentemente relacionados a algo que mencionou em uma conversa, pode ser uma coincidência relacionada ao fato de que você já mostrou interesse em produtos ou tópicos similares em suas atividades online, rastreadas por cookies e pixels.
Você pode ter pesquisado ou interagido com conteúdos sobre viagens, ou mencionado um destino de férias em uma conversa casual. Se anteriormente você visitou sites de viagens ou clicou em algo relacionado ao destino, o cookie ou pixel de rastreamento pode ter registrado essa interação. Algoritmos então utilizam essas informações para mostrar anúncios de viagens, o que pode dar a impressão de que o celular “ouviu” sua conversa.
Já os algoritmos processam as informações coletadas pelos cookies e pixels, criando perfis baseados em seu comportamento e preferências. Esses perfis são usados para personalizar a experiência online, como sugerir produtos, mostrar anúncios e até prever o que você pode estar interessado em ver.
Se você pesquisou por um produto específico ou visitou páginas relacionadas a um assunto, os algoritmos usarão esses dados para mostrar anúncios relevantes, o que pode parecer como se o telefone estivesse “ouvindo” suas conversas.
Muitas vezes, as pessoas sentem que seus telefones estão ouvindo suas conversas porque os algoritmos de publicidade são muito precisos. Eles utilizam uma combinação de dados de pesquisa, localização, interações com amigos (por exemplo, comentários em redes sociais) e até padrões de comportamento para prever interesses. Isso pode coincidir com o que você falou recentemente, criando a impressão de que a conversa foi capturada.
Fonte: Olhar Digital / Por Renata Mendes Gonçalves, editado por Bruno Ignacio de Lima
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