Em 1876, enquanto realizava escavações em Micenas, sítio arqueológico localizado no sul da Grécia, o arqueólogo alemão Heinrich Schliemann encontrou aquela que seria descrita como uma grande evidência da Guerra de Troia: a Máscara de Agamenon. Mas análises futuras apontariam um caminho diferente.
O artefato foi localizado em uma tumba da Idade do Bronze que continha os restos mortais de oito pessoas. Cinco delas foram enterradas com máscaras mortuárias de ouro – e entre os falecidos, acreditou Schliemann na época, estava ninguém menos que Agamenon, rei de Micenas e líder do cerco dos Aqueus na Guerra de Troia (com base em obras como a Ilíada e a Odisseia, ambas de Homero).
Todas as máscaras eram formadas por uma fina folha de ouro e moldadas de acordo com o rosto de seus proprietários. Além das máscaras – que possivelmente são um sinal de status, como apontaram estudos posteriores -, várias armas também foram encontradas com todos os indivíduos enterrados na tumba.
Para Schliemann, aqueles no túmulo eram os aqueus descritos na Ilíada, comprovando que a Guerra de Troia de fato aconteceu (algo que gera debate até hoje). Estudos mostram, entretanto, que a civilização micênica durou até cerca de 1200 a.C., com o confronto tomando forma apenas centenas de anos depois.
Além disso, o estilo artístico da Máscara de Agamenon e outras explorações do sítio arqueológico apontariam, anos depois da descoberta do arqueólogo alemão, que o artefato teria sido criado em cerca de 1500 a.C. ou até mais cedo, muitos anos antes do rei grego sequer ter – supostamente – existido.
Fonte: Olhar Digital / Por Ana Julia Pilato
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