Assim como a eletricidade e a internet, os agentes de AI têm o potencial de remodelar a sociedade. No entanto, o futuro não será de controle absoluto por gigantes globais nem de fragmentação desordenada
Desde o surgimento da eletricidade, passando pela revolução industrial até a internet, a história humana tem sido marcada por avanços tecnológicos que inicialmente transformaram nichos e, posteriormente, reorganizaram sociedades inteiras.
Os agentes de inteligência artificial (AI agents) estão prestes a inaugurar um novo capítulo nesta evolução, com implicações tão profundas quanto a invenção do motor a vapor ou do transistor.
Mas qual será a forma desse futuro? A história das tecnologias passadas sugere cenários possíveis, e cabe a nós interpretá-los para construir estratégias que moldem um mundo melhor.
1. A Era das Tecnologias Centrais
Exemplos Históricos: Eletricidade, telefonia, internet: Essas inovações foram inicialmente centralizadas, com poucos atores dominando o mercado. A eletricidade começou com geradores locais, mas logo foi dominada por redes centralizadas e empresas monopolistas, como a General Electric. A internet, inicialmente descentralizada, foi progressivamente estruturada em torno de grandes players globais (Google, Amazon, Facebook).
Paralelo Atual: Os agentes de AI, como os vistos no AI Agents Directory, estão em sua fase inicial de fragmentação. Há uma proliferação de soluções específicas para nichos, mas também plataformas generalistas (como OpenAI e Anthropic) que já demonstram potencial para consolidar o mercado em torno de ecossistemas centrais.
2. A Era das Tecnologias de Massificação
Exemplos Históricos: Computadores pessoais, smartphones: Uma vez desenvolvidas, essas tecnologias foram adaptadas para uso em massa, com fabricantes e desenvolvedores criando produtos que equilibram generalidade e acessibilidade. A Apple e a Microsoft são ícones dessa era: sistemas como o Windows e o iOS massificaram a computação e abriram espaço para customização.
Paralelo Atual: Os agentes de AI podem estar na trajetória de se tornarem “assistentes universais”. Assim como sistemas operacionais, eles poderiam ser plataformas para que empresas construam aplicações específicas. No entanto, assim como os sistemas de smartphones divergem em funcionalidades (Android e iOS), agentes generalistas e especializados coexistirão.
3. A Era das Tecnologias Especializadas
Exemplos Históricos: Aviação, medicina, biotecnologia: Essas indústrias se desenvolveram em torno de necessidades altamente técnicas e regulamentadas. A aviação, por exemplo, é segmentada em fabricantes (Boeing, Airbus), companhias aéreas e sistemas de tráfego aéreo. A biotecnologia evoluiu com foco em terapias específicas, criando mercados segmentados com alta barreira de entrada.
Paralelo Atual: A especialização nos agentes de AI será inevitável em setores como saúde, jurídico e financeiro, onde regulamentações e requisitos éticos exigem soluções sob medida. Agentes que compreendem contextos específicos, como a regulação da LGPD no Brasil, terão um papel essencial nesses setores.
Fase de Disrupção
Fase de Consolidação
Fase de Democratização
Modelo de Singularidade: Uma ou poucas plataformas dominam, criando “ecossistemas” universais de agentes.
Modelo de Fragmentação: Nichos especializados prosperam com agentes sob medida.
Modelo Híbrido (Cenário Mais Provável): Plataformas generalistas fornecem a infraestrutura, enquanto empresas e empreendedores constroem soluções especializadas sobre elas.
Assim como a eletricidade e a internet, os agentes de AI têm o potencial de remodelar a sociedade. No entanto, o futuro não será de controle absoluto por gigantes globais nem de fragmentação desordenada.
Será de colaboração e integração: plataformas generalistas criarão as bases para que agentes especializados atendam às necessidades mais complexas da humanidade.
Empresas, empreendedores e governos devem trabalhar para garantir que essa nova era não seja apenas tecnologicamente avançada, mas também inclusiva e adaptada aos desafios éticos e sociais do século XXI.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Fonte: SCInova / Por Eduardo Barbosa, CEO da Brognoli Imóveis e um dos responsáveis pelo Conselho Mudando o Jogo (CMJ) em SC e RS. Escreve sobre inteligência artificial na série “Diários da IA”
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