Uma equipe de pesquisadores identificou uma nova ligação entre o intestino e o cérebro. Segundo eles, engolir alimentos nutritivos causa a liberação da serotonina, substância química que causa uma sensação de bem-estar. As descobertas podem ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos para transtornos alimentares.
Em vez de examinar os 100 bilhões de neurônios em um cérebro humano, os pesquisadores optaram por analisar os efeitos em larvas de moscas da fruta, que contêm cerca de 10 mil a 15 mil neurônios. Eles cortaram larvas em milhares de fatias finas e analisaram o material a partir de um microscópio eletrônico.
As varreduras foram usadas para reconstruir todos os neurônios e órgãos-alvo de um nervo que conecta o sistema nervoso do trato gastrointestinal das larvas com o cérebro. Um computador de alto desempenho para criar imagens tridimensionais a partir dessas fotografias, o que permitiu ver como todas as células nervosas estavam conectadas umas às outras.
A equipe detectou uma espécie de “receptor de estiramento” no esôfago das larvas que estava conectado a um grupo de seis neurônios produtores de serotonina no cérebro. A serotonina é um mensageiro químico envolvido, entre outras funções biológicas, no controle do humor. Ela proporciona uma sensação de euforia e bem-estar.
Os pesquisadores ainda descobriram algo muito interessante sobre a maneira como esses neurônios da serotonina respondem aos alimentos que foram consumidos. Eles podem detectar se é comida ou não e também avaliar sua qualidade, disseram os pesquisadores. Em outras palavras, os neurônios só produzem serotonina se for detectado um alimento de boa qualidade.
Os cientistas explicam que uma comida de boa qualidade é aquela que tem valor nutricional. Estes alimentos são vistos pelo cérebro como uma recompensa, fazendo com que os neurônios liberem serotonina, o que faz com que as larvas se sintam bem e continuem comendo.
Apesar das diferenças no número de tipos de células em comparação com a mosca, seria interessante ver se a serotonina também monitora a conclusão de uma ação biologicamente significativa, como engolir ou outras atividades vitais em mamíferos, destacou o estudo.
Se o circuito esôfago-cérebro existir em humanos, pode ser uma forma de tratar transtornos alimentares, como anorexia ou compulsão alimentar. Isso está longe, no entanto. Ainda são necessários estudos para entender como o nosso corpo se comporta neste sentido.
Fonte: Olhar Digital / Por Alessandro Di Lorenzo
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