Recentemente, o pesquisador Avi Loeb levantou uma hipótese audaciosa: o misterioso sinal Wow, captado em 1977 por um rádio-telescópio nos EUA e até hoje sem explicação convincente, poderia ter sido emitido pelo objeto interestelar 3I/ATLAS.
Essa conjectura surge em meio a debates sobre as características “anômalas” desse cometa interestelar e reacende a discussão sobre se haveria origem tecnológica por trás de certos corpos celestes.
O sinal Wow foi detectado em 15 de agosto de 1977 como um pulso estreito e bastante forte próximo à frequência de hidrogênio, e sua fonte nunca foi confirmada. Loeb nota ao Daily Mail que, à época do sinal, o 3I/ATLAS — embora então desconhecido — estava numa região do céu com proximidade angular moderada à direção do sinal.
Segundo ele, as coordenadas do cometa e do sinal diferem por cerca de 4 graus em ascensão reta e 8 graus em declinação, o que falaria de uma coincidência improvável (estimada em cerca de 0,6 %) se não houvesse ligação.
Para que o Sinal Wow tivesse vindo de 3I/ATLAS, o transmissor teria precisado gerar uma potência entre 0,5 e 2 gigawatts, de acordo com cálculos que levam em conta distância e intensidade detectada. Loeb sugere ao jornal que esse nível estaria no patamar de uma usina nuclear terrestre — implicando, se a hipótese fosse verdadeira, num mecanismo avançado de origem inteligente.
Entretanto, essa hipótese não é aceita pela maioria dos especialistas. A rota orbital de 3I/ATLAS e os detalhes do sinal não convergem claramente para comprovar qualquer vínculo além de mera coincidência. Também há fortes críticas à interpretação de que o cometa apresenta características “anômalas” que demandariam explicações intimamente ligadas à tecnologia extraterrestre.
Embora Loeb insista que telescópios sejam apontados para 3I/ATLAS na frequência do hidrogênio para buscar transmissões, a maioria dos astrônomos segue considerando o objeto como um cometa interestelar natural, ainda que intrigante. A proposta serve, ao menos, para manter o debate aberto e estimular observações mais detalhadas de corpos que cruzam nosso sistema solar vindos de fora.
Fonte: AH / Por Felipe Sales Gomes
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