Pesquisadores anunciaram o desenvolvimento da primeira bateria feita de carbono-14 encapsulado em diamante. Essa tecnologia é capaz de substituir as tradicionais baterias de íon-lítio, prometendo uma vida útil de milhares de anos. O avanço é resultado de anos de pesquisa e busca oferecer uma fonte de energia confiável e de longa duração para aplicações variadas.
Com potencial para revolucionar setores como medicina, exploração espacial e segurança, a bateria de diamante utiliza o carbono-14, um isótopo radioativo conhecido por sua aplicação em datações arqueológicas. O dispositivo pode ser especialmente útil para equipamentos que exigem energia contínua e de difícil substituição, como marcapassos e sondas espaciais.
As baterias de diamante são ideais para dispositivos médicos implantáveis, como marcapassos, eliminando a necessidade de substituições frequentes devido à sua longa meia-vida de 5.700 anos. A tecnologia também tem grande potencial em missões espaciais, onde a confiabilidade e a leveza são essenciais.
As sondas Voyager, por exemplo, utilizam geradores termelétricos à base de plutônio-238, que perdem eficiência com o tempo. Mais de 40 anos após o lançamento, as sondas têm 30% menos energia disponível. Com baterias de carbono-14, futuras missões poderiam ser mais leves, rápidas e duradouras, mantendo-se operacionais por milhares de anos.
“Nossa tecnologia de microenergia pode atender a uma ampla gama de aplicações importantes, desde tecnologias espaciais e dispositivos de segurança até implantes médicos. Estamos empolgados em explorar todas essas possibilidades, trabalhando com parceiros da indústria e da pesquisa nos próximos anos.”
Tom Scott, especialista em Materiais da Universidade de Bristol
Embora o carbono-14 seja um subproduto de reatores nucleares, sua extração e utilização em larga escala representam desafios tecnológicos. No entanto, a conversão direta dos elétrons emitidos em corrente elétrica melhora a eficiência energética, tornando a aplicação viável em diversos contextos.
A equipe de Scott já demonstrou a viabilidade da tecnologia em pequena escala e agora trabalha para substituí-la por modelos comerciais. Outro avanço paralelo são as baterias de níquel-63, que seguem o mesmo princípio de encapsulamento em diamantes para geração de corrente elétrica.
Fonte: Olhar Digital / Ana Luiza Figueiredo
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados. Ascenda Digital Mídia LTDA.