Com a invasão da Rússia à Ucrânia em fevereiro de 2022, o mundo foi impactado com o poderio bélico de uma nação e como as ameaças de Putin foram consolidadas sem pestanejar. Com isso, os países que apoiaram o seu adversário já estão bem atentos a possível ameaça recente de Putin sobre bombas nucleares.
Em junho de 2023, o presidente norte-americano Joe Biden chegou a falar que a ameaça de Putin era real, em específico sobre uso de tais armas pela Rússia em Belarus. Com isso, muitas coisas vêm a nossa mente em um contexto geral, uma delas é: o Brasil tem quantas armas nucleares? Será que teríamos chance se o mundo começasse uma guerra em nuclear em massa?
A resposta é não! Embora tenha capacidade tecnológica e conhecimento para produzir armas bélicas, o Brasil não possui bombas nucleares. Há vários motivos que fazem com que hoje o Brasil não seja detentor de ogivas nucleares, um deles está na própria Constituição Federal, pois de acordo com o artigo 21 “toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional”.
Além disso, o Brasil também é um dos países que adotaram a proposta do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, que não impede que um país desenvolva armas, mas que incentiva a responsabilidade de não ter uma arma bélica desse impacto.
Contudo, no Brasil há um programa nuclear com início em estudo na USP na década de 30. Depois em 1947, Álvaro Alberto da Mota e Silva, oficial da marinha, escreveu a primeira política nuclear. Dessa forma, essa norma foi aprovada pelo CSN (Conselho de Segurança Nacional) e começou a ser implementada no início em 1951, quando se estabeleceu o CNPq (Conselho Nacional de Pesquisas).
Em 1956, chegou dos EUA um reator de pesquisa alimentado por urânio enriquecido 90%, era o Atoms for Peace, equipamento que foi instalado na Universidade de São Paulo, a partir da autorização do governo federal.
Por outro lado, o Brasil seguiu com ações de apoio a armas nucleares, quando entre os anos 1970 e 1980 competiu com a Argentina transferindo tecnologia a Alemanha Ocidental, que exigia ajuda da AIEA.
Na década de 50, o presidente Getúlio Vargas foi um grande entusiasta e incentivador do desenvolvimento da capacidade nuclear nacional e independente no país. Em 2019, o deputado Eduardo Bolsonaro chegou a fazer algumas declarações sobre seu apoio as bombas nucleares. Mas se engana quem acha que só parlamentares de direita tinham essa posição.
Em 2003, o ministro da Ciência e Tecnologia do então governo Lula, Roberto Amaral fez declarações polêmicas em entrevista à BBC. Na entrevista ele chegou a dizer que as áreas espacial e nuclear seriam prioridades de sua pasta e que concordava com a ideia de que o Brasil tem de buscar o conhecimento necessário para a fabricação da bomba atômica.
Em junho de 2023, o presidente belarusso, Alexander Lukashenko, revelou que seu país começou recebeu armas nucleares táticas russas, sendo algumas dessas três vezes mais potentes do que as bombas atômicas lançadas em 1945 pelos EUA sobre Hiroshima e Nagasaki. Hoje sabemos que a Rússia e EUA concentram quase 90% das ogivas atômicas e países como Coreia do Norte possuem um poderio bélico assustador.
Fonte: Olhar Digital | Por Simone Cordeiro, editado por Bruno Ignacio de Lima
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