Os pesquisadores realizaram experimentos em laboratório para investigar os efeitos das variantes do Sars-CoV-2 no cérebro humano.
No estudo, publicado no Journal of Neuroinflammation e divulgado pelo Instituto Francis Crick, as células cerebrais e um modelo tridimensional da barreira hematoencefálica foram expostos a diferentes variantes do vírus.
Foi constatado que todas as variantes causaram estresse nas células cerebrais, comprometendo sua função.
A variante “selvagem”, que se originou em Wuhan, na China, mostrou-se a mais agressiva, matando todos os tipos de células, exceto os astrócitos.
Já as variantes Alpha e Beta foram responsáveis pela morte dos pericitos, enquanto a variante ômicron afetou tanto os pericitos quanto as células endoteliais.
Além disso, os cientistas descobriram que as variantes selvagem e ômicron foram capazes de interromper a integridade da barreira hematoencefálica, possibilitando a entrada de células imunes no cérebro, o que pode desencadear inflamação.
Eles também observaram que as variantes tiveram impacto na concentração de glutamato, uma substância química responsável pela transmissão de mensagens entre as células cerebrais.
A quantidade de glutamato é cuidadosamente equilibrada no cérebro. E qualquer alteração nesse equilíbrio pode ser prejudicial.
Os resultados indicaram que todas as variantes, com exceção da Beta, afetaram a quantidade de glutamato, podendo causar níveis potencialmente tóxicos ou reduzir a capacidade das células de transmitir mensagens.
Os pesquisadores acreditam que essas descobertas são fundamentais para melhorar a compreensão sobre os distúrbios neurológicos que podem surgir após infecções por Covid-19.
Eles também acreditam que esses resultados podem orientar o desenvolvimento de tratamentos específicos para o cérebro, ajudando assim na recuperação dos pacientes afetados pela doença.
Fonte: Olhar Digital /Pedro Borges Spadoni
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