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Em breve, podemos ter ‘cientistas’ feitos de IA; entenda

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Trecho da animação que mostra 1,8 bilhão de anos de evolução da Terra. Crédito: Tectonics and Earth Systems Group

Especialistas do mundo todo discutem a entrada e os limites da Inteligência Artificial no mercado de trabalho. O assunto já foi tema de vários textos aqui do Olhar Digital. Eu mesmo já escrevi alguns – e sempre cito o Jornalismo como exemplo.

Em nossa área de atuação, chatbots como o ChatGPT podem ajudar na formulação de títulos criativos. Também podem gerar imagens para ilustrar nossos textos (e são devidamente creditados quando isso acontece).

Esses exemplos são fáceis de descrever porque me deparo com eles quase que diariamente. Mas a IA generativa tem potencial para ir muito além disso. E nas áreas mais diversas possíveis.

Na produção científica, por exemplo. As grandes ideias da história surgiram de cérebros humanos. Os grandes projetos e grandes invenções também. A roda, o sistema de esgoto, o avião, a penicilina. A sociedade atual só funciona por causa dessas descobertas.

Mas você já pensou se a gente tivesse tido a ajuda de um robô para isso tudo? É o que indagaram pesquisadores japoneses que estão trabalhando no desenvolvimento de uma espécie de “Cientista de IA”.

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O projeto do “Cientista de IA” é da empresa Sakana.AI, que fica em Tóquio – Imagem: Reprodução/Sakana.AI

Um cientista de IA – e suas limitações

  • Pesquisadores da empresa Sakana.AI desenvolveram um grande modelo de linguagem (LLM) que pode automatizar todo o processo de pesquisa científica.
  • No papel, o “Cientista de IA” pode identificar um problema, desenvolver hipóteses, implementar ideias, executar experimentos, analisar resultados e escrever relatórios.
  • Isso tudo no papel.
  • Na vida real, porém, o buraco é mais embaixo.
  • Primeiro porque os modelos de IA atuais enfrentam problemas como alucinações e uso indevido de conteúdo protegido por direitos autorais.
  • Somente esses dois pontos já colocam em xeque toda a essência da produção científica.
  • Inclua nessa lista também implementação incorreta de ideias, comparações injustas com linhas de base e erros críticos na redação e avaliação de resultados.
  • Para um dos criadores da iniciativa, porém, isso tudo pode ser superado, ainda mais porque estamos na fase inicial do projeto:

“Quando você pensa na história dos modelos de aprendizado de máquina, como modelos de geração de imagens, chatbots atuais e também modelos de texto para vídeo, eles geralmente começam com algumas falhas e algumas imagens geradas que não são muito agradáveis ​​visualmente. Mas com o tempo, à medida que investimos mais recursos coletivos como comunidade, eles se tornam muito mais poderosos e capazes”, disse Robert Lange, membro fundador da Sakana.AI.

  • O projeto AI Scientist ainda está em estágio inicial, com pesquisadores publicando um artigo em pré-impressão no mês passado apenas.
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A IA generativa está cada vez mais comum, às vezes na palma da sua mão (literalmente) – Imagem: via DALL-E/Vitória Gomez/Olhar Digital

Ferramenta de apoio, não substituto

De acordo com Robert Lange, o Cientista de IA não foi criado para substituir pesquisadores humanos, mas sim para complementar seu trabalho.

Ele explicou ainda que, dadas as limitações atuais dos modelos de IA, a verificação humana ainda é importante para garantir a precisão e a confiabilidade da pesquisa gerada pela máquina.

O pesquisador também defendeu que os pares deixem claro quando utilizarem IA em suas pesquisas. Uma maneira de fazer isso seria adicionando marcas d’água aos artigos gerados pela tecnologia.

O cientista, por fim, concluiu que tem esperança de que o projeto AI Scientist dê início a uma conversa mais ampla sobre o futuro da pesquisa científica e onde a IA pode se encaixar nisso tudo. Segundo ele, ignorar a tecnologia seria um grande desperdício para a pesquisa e a humanidade.

As informações são do EuroNews.

Fonte: Olhar Digital / Por Bob Furuya, editado por Bruno Capozzi

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