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Euclid: veja primeiras imagens do universo feitas pelo telescópio europeu

Estes registros de teste fazem parte da etapa de comissionamento do telescópio Euclid, que vai estudar o universo escuro
telescopio euclid esa
Representação artística do telescópio espacial Euclid, da Agência Espacial Europeia (ESA). Crédito: ESA, CC BY-SA 3.0 IGO

Nesta segunda-feira (31), o telescópio Euclid, da Agência Espacial Europeia (ESA), enviou suas primeiras imagens do universo para a Terra. Além de serem hipnotizantes, esses valiosos registros de teste também confirmam que os instrumentos do observatório espacial estão trabalhando em perfeitas condições.

De forma resumida, o propósito desse equipamento é mapear o lado escuro do universo analisando bilhões de galáxias que residem a cerca de 10 bilhões de anos-luz de distância. Segundo a ESA, o ambicioso mapa será em 3D, porque incluirá o elemento do tempo para mostrar como esses reinos evoluíram junto a um cosmos em amadurecimento (saiba mais detalhes sobre a missão Euclid aqui).

“As excelentes primeiras imagens obtidas usando os instrumentos de luz visível e infravermelha de Euclid abrem uma nova era para a cosmologia observacional e a astronomia estatística”, disse Yannick Mellier, astrônomo do Instituto de Astrofísica de Paris e líder do Consórcio Euclid, em um comunicado. “Elas marcam o início da busca pela própria natureza da energia escura”.

imagens telescopio Euclid
Duas imagens capturadas pelo telescópio Euclid: a da esquerda foi tomada pelo instrumento VIS e a da direita pelo NISP. Crédito: ESA/Euclid/Euclid Consortium/NASA

Conforme noticiado pelo Olhar Digital, o telescópio Euclid foi lançado em 1º de julho do Cabo Canaveral, na Flórida. Agora flutuando a cerca de 1,6 milhão de km da Terra, ele se juntou ao Telescópio Espacial James Webb na última sexta-feira (28) no que é conhecido como o segundo ponto de Lagrange. 

Pelos próximos meses, os cientistas vão continuar testando a máquina até que ela comece a desenvolver oficialmente sua pesquisa cósmica. Por enquanto, vamos apreciar as imagens deslumbrantes e cheias de estrelas obtidas por Euclid na fase de comissionamento.

O que cada instrumento do telescópio Euclid captura no universo

As imagens a seguir foram obtidas por um recurso do telescópio chamado VIS, que significa “Instrumento Visível”. Como o próprio nome sugere, ele captura o universo através da parte do espectro eletromagnético visível aos olhos humanos – comprimentos de onda entre 550 e 900 nanômetros.

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Imagem obtida durante o comissionamento do telescópio Euclid para verificar se o instrumento VIS focalizado funcionou conforme o esperado. Crédito: ESA/Euclid/Euclid Consortium/NASA

À esquerda, vê-se o campo de visão completo do VIS e, à direita, uma versão ampliada. A ESA compara o alcance do close-up a cerca de um quarto da largura e altura da lua cheia vista da Terra.

Alguns destaques dos registros do VIS incluem raios cósmicos disparando diretamente pelo campo, uma riqueza de estrelas brilhantes imperdíveis e, o mais importante: algumas bolhas difusas. Essas bolhas, de acordo com o comunicado da ESA, são galáxias que Euclid vai examinar mais enquanto estiver desenvolvendo o mapa altamente detalhado do universo.

Outro instrumento do observatório é o NISP, que significa Espectrômetro e Fotômetro de Infravermelho Próximo, que tem duas funções primordiais. Primeiro, ele pode obter imagens de galáxias em luz infravermelha – ou luz invisível aos olhos humanos – que cai entre cerca de 950 e 2020 nanômetros no espectro eletromagnético. Em segundo lugar, o NISP pode medir precisamente quanta luz cada galáxia emite – o que pode revelar quão longe essas galáxias estão.

Euclid NISP imagens
O telescópio Euclid coletou luz por 100 segundos para permitir que o NISP criasse essa imagem na fase de comissionamento. Durante a operação nominal, espera-se que ele colete luz por cerca de cinco vezes mais, revelando muitas galáxias mais distantes. Crédito: ESA/Euclid/Euclid Consortium/NASA

Nas imagens que você vê acima, o lado esquerdo inclui o campo completo do NISP, enquanto o direito mostra uma seção ampliada.

Segundo a ESA, antes de chegar ao detector NISP, a luz do espaço profundo capturada por Euclid passa por alguns filtros frios. Esses filtros podem, por exemplo, medir o brilho em um comprimento de onda infravermelho específico, o que ajuda nas medições de distância galáctica do instrumento.

“Embora essas primeiras imagens de teste ainda não sejam utilizáveis para fins científicos, estou satisfeito que o telescópio e os dois instrumentos estejam agora trabalhando soberbamente no espaço”

Knud Jahnke, do Instituto Max Planck de Astronomia (MPIA), na Alemanha, que trabalha no instrumento NISP de Euclid

A terceira captura de teste, que você vê abaixo, foi obtida pelo NISP usando um desses filtros. Semelhante a um protetor de tela de computador do início dos anos 2000, essa imagem é importante porque cada raia representa um espectro de luz individual de uma galáxia ou estrela. 

Euclid NISP filtro
Registro obtido pelo instrumento NISP do telescópio Euclid usando um filtro chamado “Grism”. Crédito: ESA/Euclid/Euclid Consortium/NASA

Euclid conta com um dispositivo que pode basicamente dividir a luz cósmica em um espectro completo de comprimentos de onda antes de enviar os dados para o NISP. Com esse processo, os cientistas podem determinar a distância de uma determinada galáxia, por exemplo, bem como sua composição química.

“Depois de mais de 11 anos projetando e desenvolvendo Euclid, é empolgante e extremamente emocionante ver essas primeiras imagens”, disse o gerente de projeto da missão Euclid, Giuseppe Racca. “É ainda mais incrível quando pensamos que vemos apenas algumas galáxias aqui, produzidas com ajuste mínimo do sistema. O Euclid totalmente calibrado acabará observando bilhões de galáxias para criar o maior mapa 3D do céu de todos os tempos”.

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