Em um mundo cada vez mais conectado, tanto online quanto offline, o mercado de frigoríficos não ficou para trás e também experimentou um crescimento significativo. Esse avanço trouxe consigo demandas operacionais cada vez mais complexas e a integração de inteligência artificial (IA) e automação de processos na indústria frigorífica emergiu não apenas como um diferencial competitivo, mas como uma necessidade imperativa.
O consumo de carne sempre foi robusto, mas a globalização desse consumo é relativamente nova. Em um cenário globalizado, a importação e exportação de alimentos, especialmente de carne, se tornaram extremamente frequentes e quem trabalha nesse setor sabe o quão complexo é garantir que esse produto chegue à mesa do consumidor com qualidade e segurança e é aí que entra a IA, por exemplo.
Para contextualizar, segundo uma pesquisa do Bureau Australiano de Ciências e Economia Agrícola e de Recursos (ABARES), nos últimos 20 anos, o consumo global de carne aumentou cerca de 58%. Esse crescimento foi impulsionado tanto pelo aumento populacional quanto pela elevação da renda per capita. E as projeções são ainda mais impressionantes: até 2050, espera-se que o consumo global de carne dobre.
Esse cenário coloca uma pressão enorme sobre a indústria frigorífica para otimizar seus processos e garantir a qualidade e segurança dos produtos, e é exatamente aqui que a IA e a automação de processos se mostram cruciais. Essas tecnologias não só reduzem o tempo necessário para cumprir regulamentações governamentais, mas também oferecem uma camada adicional de precisão e confiabilidade aos processos administrativos.
Utilizando algoritmos avançados e sistemas de IA, é possível garantir a consistência e exatidão das informações nos certificados sanitários, fortalecendo a credibilidade da empresa perante as autoridades reguladoras. Isso impacta positivamente na segurança alimentar, permitindo um monitoramento mais rigoroso e em tempo real dos padrões de higiene e qualidade.
Desse modo, é possível reduzir em 90% o tempo dedicado à emissão do Certificado de Inspeção Sanitária (CIS) e aumentar em 90% a assertividade do processo. Em um dos maiores frigoríficos do país, já consegui observar a redução de tempo de um processo manual de 50 minutos para apenas 5 minutos. Além disso, a taxa de erros caiu de 40% para 2%, uma redução impressionante de 95%.
Para empresas que realizam de 600 a 2 mil emissões por mês, isso significa que até sete colaboradores podem ser redirecionados para tarefas mais estratégicas e analíticas. E quem não quer vantagens operacionais e competitivas como essas?
Por fim, posso destacar que a integração da IA e da automação de processos na indústria frigorífica não é uma opção, mas uma necessidade estratégica. Elas nos permitem lidar com o aumento da demanda global e as exigências de qualidade e segurança de maneira eficiente e precisa. Empresas que adotam essas tecnologias se posicionam na linha de frente da inovação, garantindo um diferencial competitivo no mercado global.
Em tempos de mudança e crescimento, investir em IA e automação de processos é garantir o futuro da indústria frigorífica e que possamos atender às demandas crescentes com a máxima qualidade e segurança.
*Renan Salinas é CEO e founder da Yank Solutions
Fonte: Olhar Digital / Por Renan Salinas, editado por Lucas Soares
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