Um dos laboratórios da OpenAI, dona do ChatGPT, chegou a um algoritmo capaz de resolver problemas de matemática nas últimas semanas de outubro. Pouco depois, em novembro, pesquisadores da empresa teriam escrito uma carta ao conselho de diretores alertando sobre uma descoberta no campo da inteligência artificial que poderia ameaçar a humanidade. Pelo menos, foi o que a agência de notícias Reuters publicou recentemente.
A carta se referia ao Q* (“Q Star”), um novo modelo de IA demonstrado internamente OpenAI. A princípio, dizer que a IA consegue resolver problemas simples de matemática pode não parecer importante. Mas, para os pesquisadores envolvidos, isso representa um passo em direção à criação de uma inteligência artificial geral (IAG). Ou uma “super IA”, se preferir.
Atualmente, a produção de textos no ChatGPT é, em essência, um cálculo probabilístico. Uma capacidade maciça de computação que, após ter deglutido o número de livros que uma pessoa sozinha levaria 20 mil anos lendo, trabalha em cima da probabilidade envolvida na combinação de palavras.
No entanto, o avanço aparentemente conquistado no Q* envolve matemática – e isso muda tudo. Por ora, o que se sabe é que a IA conseguiu resolver problemas não muito sofisticados, envolvendo cálculos que crianças aprendem até os 11 anos. Mas isso, por si só, não tem precedente.
A principal diferença entre o que o ChatGPT e o Q* conseguem fazer é a seguinte: a partir de uma pergunta, muitos textos escritos diferentes são respostas corretas possíveis, enquanto em problemas matemáticos só há uma resposta certa. O chatbot conta com força bruta de processamento, enquanto a “super IA” usa compreensão, o que coloca o modelo mais perto da inteligência real.
A tal carta e o novo modelo de IA, que até então não tinham sido divulgados, teriam sido elementos-chave que levaram ao vai-e-volta de Sam Altman do cargo de CEO da OpenAI.
O Olhar Digital tem publicado, ao longo desta semana, uma série especial de reportagens sobre o aniversário do ChatGPT, que completa um ano nesta quinta-feira (30). Até o momento, abordamos: como foi o primeiro ano do chatbot da OpenAI e a corrida das IAs.
A inteligência artificial geral (IAG), também conhecida como inteligência artificial forte ou superinteligência, refere-se a um sistema de inteligência artificial que possui a capacidade de entender, aprender e aplicar conhecimento em qualquer tarefa cognitiva, da mesma forma que um ser humano.
A inteligência artificial “convencional” é projetada para tarefas específicas. Já a IAG teria a capacidade de realizar uma ampla variedade de atividades intelectuais de forma autônoma, adaptando-se a novas situações e aprendendo com experiências de maneira similar ou superior à habilidade humana.
Fonte: Olhar Digital / Pedro Borges Spadoni
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