Imagine um futuro em que seja possível “imprimir” tecidos humanos – pele, músculos e até órgãos completos sob medida – reduzindo filas de transplante e riscos de rejeição imunológica. Parece ficção científica, mas a bioimpressão 3D vem transformando essa tecnologia em realidade de forma muito acelerada. E, apesar de ainda enfrentar desafios éticos e técnicos, essa é uma inovação disruptiva com um potencial gigantesco, principalmente para o setor de saúde corporativa.
A bioimpressão 3D ainda se encontra em fase de desenvolvimento, mas já está muito próxima de resolver a escassez de órgãos e transformar a maneira como doenças e lesões são tratadas. Além disso, traz a possibilidade de revolucionar o tratamento de doenças degenerativas, como Parkinson e Alzheimer.
Tudo começa com uma pequena amostra de células do paciente. Pode ser pele, cartilagem ou células-tronco. A tecnologia inovadora usa impressoras 3D para criar estruturas biológicas camada por camada, o que pode salvar vidas e melhorar o bem-estar de milhões de pessoas. O diferencial é que a bioimpressão utiliza não materiais como plástico ou metal, mas “biotintas”, à base de células vivas e materiais biocompatíveis, para construir tecidos, como um primeiro passo para chegar a órgãos funcionais.
O uso de células humanas para imprimir estruturas de tecidos vivos pelos pesquisadores traz esperança especialmente para pacientes à espera de transplante. Empresas como a Organovo já conseguiram imprimir tecidos hepáticos funcionais. Muitos laboratórios e universidades estão determinados a criar rins, pele e até corações humanos. Essa tecnologia pode revolucionar também os testes de medicamentos, oferecendo uma alternativa ao uso de animais em pesquisas, tornando os resultados mais precisos e éticos.
De forma concreta, já existem alguns avanços efetivos, como os seguintes:
Pele: hoje, já é possível bioimprimir pele para o tratamento de queimaduras graves, feridas crônicas ou sequelas de acidentes, por exemplo. A pele obtida pode ser personalizada para se adequar ao tecido do paciente, reduzindo o risco de rejeição.
Cartilagem: a bioimpressão de cartilagem tem sido usada em lesões nas articulações, especialmente nos joelhos. Com um detalhe importante: os implantes bioimpressos se mostram mais adaptáveis e mais integrados ao corpo do que os materiais sintéticos.
Miniórgãos: “organoides” – pequenas versões de órgãos humanos usadas para testes de medicamentos e estudos de doenças – já são uma realidade. As pesquisas ainda estão longe de órgãos completos, com sistemas complexos de vascularização, mas a intenção é chegar a um coração ou rim bioimpresso, por exemplo.
Como empreendedor e fascinado desde sempre por inovação e tecnologia, entendo que as vantagens, num futuro próximo, irão muito além de salvar vidas, beneficiando o mundo corporativo, que é pressionado a reduzir custos sem colocar em risco a qualidade do cuidado com os colaboradores:
Como toda inovação que transforma a ciência, a bioimpressão 3D levanta questões éticas. Até onde se pode ir com a criação de órgãos e tecidos humanos? É aceitável modificar tecidos para melhorar a performance humana? Como garantir a privacidade de dados sensíveis dos colaboradores, e quem terá acesso aos tratamentos?
Essas são reflexões essenciais para o setor de saúde. A bioimpressão 3D oferece uma poderosa combinação de personalização e eficiência, mas seu uso precisa ser baseado na ética e no compromisso com o bem-estar e a qualidade de vida de todos.
Fonte: Por Guilherme Hahn, CEO da Salvia Saúde Corporativa
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