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Programa Mulher Segura é lançado em Chapecó na presença de mais de 650 pessoas

Parceria entre entidades, empresas e órgãos públicos tem o objetivo de romper o ciclo da violência contra a mulher e evitar o feminicídio na região
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Foto: Divulgação PCSC

O programa “Mulher Segura” foi lançado oficialmente nessa segunda-feira (26) com a presença de mais de 650 pessoas entre autoridades, forças de segurança, docentes, universitários, atletas e sociedade civil. A iniciativa, que tem o apoio da Associação Comercial, Industrial, Agronegócio e Serviços de Chapecó (ACIC), tem o objetivo de disponibilizar às mulheres, vítimas de algum tipo de violência, seja ela física, psicológica, moral, sexual ou patrimonial, instruções de como buscar ajuda e realizar denúncias.

“Analisando os indicadores de criminalidade de todas as 89 delegacias dos municípios da Região Oeste pela Diretoria de Polícia da Fronteira (DIFRON) da Polícia Civil de Santa Catarina identificamos, ainda no ano de 2023, a necessidade de desenvolver um projeto específico para as mulheres vítimas de violência doméstica,” destacou o diretor de polícia da fronteira, delegado Fernando Callfass.

De 2022 para 2023 os pedidos de medida protetiva de urgência para mulheres subiram 27,9%, foram 1.476 protocolos. O aumento nas ocorrências, no comparativo entre os dois anos, foi de 24,3% para os feminicídios, 55,5% para lesão grave ou gravíssima e 179,5% na violência psicológica.

“Até agosto de 2024, foram registrados 32 feminicídios em Santa Catarina, o que significa que, em média, uma mulher perde a vida a cada semana no estado em decorrência da violência familiar. A investigação revela que muitas delas já eram vítimas recorrentes dos seus agressores, mas por alguma razão não formalizaram denúncias. Quase 70% dos autores desses crimes possuem antecedentes por violência doméstica. Além disso, 71% dos casos foram registrados ao longo dos primeiros meses do ano e  31% eram esposas, 27% companheiras e mais de 12% eram ex-companheiras”, evidenciou o delegado.

Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, a cidade de Chapecó figura como a 12ª cidade brasileira com maior incidência de estupros, dentre as cidades com mais de 100 mil habitantes, figurando como a 1ª no estado de Santa Catarina.

Romper o ciclo da violência contra a mulher e evitar o feminicídio são os principais propósitos da campanha. “Desenvolvemos um material publicitário de fácil acesso e manuseio, com o objetivo de fomentar os canais de denúncia que a Polícia Civil de Santa Catarina dispõe hoje. A intenção é que essas vítimas ou seus familiares, vizinhos e conhecidos, possam trazer informações à polícia sobre possíveis casos de violência contra a mulher”, explicou Callfass. Serão disponibilizados cartazes em comércios, empresas, transporte público e flyers, além de outdoors patrocinados por empresas parceiras do programa.

ESTRATÉGIA PARA ENTRAR NAS CASAS

“Um ponto alto da divulgação é expormos nossa delegacia virtual, para que as mulheres não precisem se deslocar para fazer o boletim de ocorrência ou requerer medidas protetivas de urgência”, realçou o delegado.

A empresária e idealizadora do projeto Mulher Segura, Michele Calliari Marchese, esclareceu que a ideia das sacolas de mercado surgiu quando ela fez um curso pela faculdade e precisou submeter um artigo sobre violência contra a mulher no campo. “Não tive muito sucesso nesse trabalho, porque as mulheres em áreas rurais são geralmente mais retraídas e enfrentam muitas dificuldades, estando longe de tudo e sem poder pedir socorro. Essa situação me deixou pensando o que poderia alcançar essas mulheres ou como uma mensagem de ajuda chegaria até elas. Tive o insight das sacolinhas, uma forma simples e acessível de levar informações importantes até a casa delas.”

No último ano, o programa foi aplicado em Xanxerê (SC), cidade da empresária. Para 2024, em Chapecó, quatro empresas aderiram ao programa: Supermercado Brasão, Supermercado Celeiro, Supermercado Royal e Superalfa Supermercado.

DIÁLOGOS NECESSÁRIOS E URGENTES

Para finalizar o lançamento, foi promovido um painel com diálogos informativos com a participação da promotora de justiça Ana Cristina Boni, da delegada da Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso da Capital (DPCAMI) Lisiane Junges, da psicóloga policial civil Jiana Glaucia Cella e da empresária Michele Calliari Marchese com a mediação da policial civil Katsura Nayana Balbinot.

Lisiane sublinhou que a questão da violência é multidisciplinar, com impactos que vão muito além da segurança pública. “Quando analisamos historicamente essa realidade, entendemos que estamos lidando com um fenômeno complexo. A partir do momento em que a violência é praticada, ela afeta diversos aspectos da vida da mulher. No trabalho, por exemplo, se ela consegue manter o emprego, muitas vezes precisa de atestados médicos porque está machucada ou precisa se ausentar porque o marido quebrou tudo em casa e não tem onde deixar as crianças.”

A delegada de Chapecó acrescentou que há mulheres que ainda perdem o emprego, porque os homens não aceitam a separação e vão até o local de trabalho para assediá-las. “Na educação, as crianças podem ter baixo rendimento ou até abandonar a escola devido à violência em casa. E na segurança pública e assistência social, há um enorme investimento de energia, estrutura e recursos para atender a essa demanda, que vai muito além de um único aspecto”, indicou.

ENVOLVIMENTO DE TODOS

O presidente da ACIC, Helon Rebelatto, ressaltou em seu pronunciamento a importância da iniciativa para a entidade, já que atualmente há um grande número de mulheres empreendedoras, associadas, colaboradoras que precisam ser cuidadas e, como também, empresários que devem debater o tema.

“Casos de violência doméstica estão cada vez mais em cena. Como representantes da classe empresarial, apoiamos o Programa Mulher Segura, no cuidado com as vítimas, contribuindo para um ambiente mais seguro. As entidades podem colaborar na criação de uma rede de proteção mais eficaz e abrangente. Mulheres devem ter a liberdade de sonhar e viver sem opressão. Queremos que os números do empreendedorismo feminino, por exemplo, possam substituir os números da violência contra a mulher. Estamos juntos nesta causa,” frisou.

COMO DENUNCIAR?

A Polícia Civil oferece um canal principal, o disque 181. A mensagem não necessita de identificação, basta mencionar o município, endereço, ou informações para que o órgão possa iniciar a investigação. Além disso, existe o WhatsApp da Polícia Civil de Santa Catarina, disponível no número (48) 98844-0011, que poderá receber mensagens com fotos, vídeos e documentos. A delegacia virtual pode ser acessada por meio do https://delegaciavirtual.sc.gov.br/.

O programa recebe o apoio da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (ALESC), Observatório da Violência Contra a Mulher, Prefeitura de Chapecó, Sociedade Maçônica Regional (SOMAR OESTE), Câmara de Dirigentes Lojistas de Chapecó (CDL), Sindicato do Comércio da Região de Chapecó (SICOM), Centro Empresarial Chapecó (CEC), Ordem dos Advogados do Brasil – Subseção Chapecó, Associação Catarinense de Supermercados (ACATS), Supermercado Celeiro, Supermercado Brasão, Supermercado Royal, Superalfa Supermercados, Unochapecó, UCEFF Faculdades, UNOPAR Faculdades, UNOESC, Auto Viação Chapecó, SCC SBT, NDTV RECORD e NSC TV.

Fonte: MB Comunicação Empresarial / Organizacional

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