Se você perguntar ao Google qual é o mamífero de gestação mais longa no mundo, vai receber a seguinte resposta: o elefante, com 22 meses. No entanto, esses gigantes africanos estão com o trono ameaçado, segundo um artigo publicado nesta quarta-feira (26) na revista Royal Society Open Science.
De acordo com o estudo, o novo concorrente ao recorde de gestação mais longa em um mamífero habita o Oceano Atlântico. Exames de sangue feitos em baleias da espécie Balaena mysticetus, conhecidas como baleias-da-Groenlândia, indicam que esses animais podem gerar um filhote por quase dois anos.
Até então, pensava-se que a gestação desses gigantes marinhos levava, no máximo, 14 meses. No entanto, ao monitorar 10 fêmeas da espécie, os pesquisadores chegaram a esse novo resultado.
Três espécimes do grupo eram imaturos e tinham níveis rotineiramente baixos de progesterona, mas os sete animais adultos tiveram níveis altos por um tempo surpreendentemente longo.
Se esse comprimento notável de elevação da progesterona for de fato indicativo do tempo gasto no desenvolvimento de filhotes, seria a gestação mais longa conhecida de qualquer mamífero na Terra. No entanto, existem algumas outras possíveis explicações sobre por que os hormônios da gravidez ficam tão altos por tanto tempo.
“No artigo, exploramos algumas evidências de observações de campo (da caça de baleias de subsistência) que sugerem que as baleias-da-Groenlândia não estão realmente grávidas por quase dois anos”, disse Lysiak. “Exploramos algumas hipóteses de como definir a gestação ao analisar os níveis de progesterona, bem como as razões pelas quais a progesterona pode estar elevada nesses animais mesmo antes da gestação. Isso inclui períodos de estro com progesterona elevada ou implantação tardia”.
A progesterona não foi o único nível elevado nessas baleias, e alguns dos picos de glicocorticoides, incluindo cortisol ou corticosterona, podem ser um indicador de estresse em vez de gravidez. Além disso, é possível que a progesterona elevada seja o resultado de fêmeas experimentando ovulações sequenciais.
Portanto, mais pesquisas se fazem necessárias para esclarecer incógnitas que ainda restam sobre o tema.
Fonte: Olhar Digital | Por Flavia Correia
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