Se estamos sozinhos no universo, então o cosmos desperdiçou um espaço gigantesco. Com bilhões de estrelas e trilhões de planetas na Via Láctea, a existência de vida extraterrestre não só é possível – é altamente provável. Cientistas usam equações e evidências químicas para sustentar essa ideia, mas um mistério persiste: se não estamos sós, por que ainda não encontramos ninguém?
A definição de vida, no entanto, não é simples. Embora reconheçamos organismos vivos por sua capacidade de crescer, se reproduzir e reagir ao ambiente, essas características não abrangem todas as possibilidades.
Os ingredientes básicos da biologia já foram detectados em meteoritos, nuvens interestelares e até em luas geladas do Sistema Solar. Mas se a vida é comum, a inteligência é uma exceção? Ou há civilizações lá fora, silenciosas ou comunicando-se de formas que ainda não sabemos detectar?
A vida, como conhecemos, depende do carbono. Mas e se organismos pudessem existir com outra base química? O silício, com propriedades semelhantes, surge como um forte candidato. Se seres assim existirem, podem ter estruturas rígidas, talvez até exoesqueletos cristalinos.
Na Terra, o silício já faz parte da biologia. Diatomáceas, algas microscópicas dos oceanos, constroem paredes celulares de dióxido de silício, criando esqueletos vítreos. Elas não são seres siliconados, mas mostram que esse elemento pode integrar sistemas vivos.
Ainda não encontramos formas de vida sem carbono, mas o universo está cheio de surpresas. Em mundos onde o carbono é escasso, a vida pode ter se reinventado. Se criaturas à base de silício surgiram em algum lugar, como se comunicam – e como poderíamos reconhecê-las?
A equação de Drake tenta responder quantas civilizações inteligentes podem existir na Via Láctea. Criada em 1961, ela combina fatores como a taxa de formação estelar e a fração de planetas onde a vida pode evoluir. Mesmo com estimativas conservadoras, os cálculos indicam que milhares de civilizações poderiam estar espalhadas pela galáxia – algumas, talvez, avançadas o suficiente para tentar contato.
Diante de números tão grandes, a ideia de que estamos sozinhos parece improvável. Com cerca de 200 bilhões de trilhões de estrelas no universo observável, a probabilidade de sermos a única civilização tecnológica é inferior a uma em 10 bilhões de trilhões. Se esses cálculos estiverem corretos, a vida inteligente pode ser mais comum do que imaginamos – e talvez, bem mais próxima do que pensamos.
Fonte: Olhar Digital / Por Rafael Magalhães dos Santos
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