A série de terremotos que atingiu o Japão na segunda-feira (1) já superou os 70 mortos e 300 feridos. Estradas bloqueadas e destruídas, possíveis deslizamentos e falta de água em algumas localidades se somam aos destroços.
O terremoto desta semana alcançou 7,6 na escala Richter, sendo um dos maiores desde o grande tremor de 2011 no país. Na ocasião, o abalo sísmico foi seguido de um tsunami e provocou o desastre nuclear de Fukushima, deixando mais de 20 mil mortos.
Apesar da destruição causada pelos tremores recentes, que voltaram a acontecer na terça-feira (2), o Japão é um dos países mais preparados para os abalos sísmicos, incluindo rotas de evacuação e exigências de arquitetura. Tudo isso ajudou a prevenir uma tragédia ainda maior.
O Japão não consegue se prevenir dos abalos sísmicos em si, mas tem um conjunto de medidas que impede uma destruição maior, como a que aconteceu em 2011 ou em outros países, como os tsunamis da Indonésia (em 2018, deixando mais de 2 mil mortos) e do Sri Lanka (em 2004, com mais de 35 mil mortos).
Em entrevista à agência de notícias italiana Ansa, Pietro Moscardini, gerente de desastres e ex-bombeiro da Defesa Civil que já participou de 16 missões (incluindo a do Sri Lanka), analisou que o país enfrenta danos muito menores do que outros lugares que passaram por situações semelhantes.
Ele atribui isso ao sistema de alertas japonês, à prontidão da ação e à arquitetura, que cria uma barreira natural e reduzem o risco de mortes e destruição.
Outras medidas implementadas pelo país envolvem rotas de emergência e sistemas de alerta.
Por exemplo, uma lei no Japão designou que algumas estradas serviriam exclusivamente para emergências em caso de terremotos ou outros desastres naturais. Nessas ocasiões, civis são impedidos de circular e elas servem para circular ambulâncias, bombeiros e mercadorias.
Tóquio ainda conta com parques de prevenção de desastres, espaços públicos que se transformam em locais de evacuação, com energia e água.
Já o sistema de alerta de abalos sísmicos do Japão é referência mundial, dando tempo para que os cidadãos e autoridades se preparem. Inclusive, um alerta de tsunami foi emitido na segunda-feira, descartado no dia seguinte.
Fonte: Olhar Digital / Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares
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