Nesta sexta-feira (29), tem início a lua cheia de setembro, que conta com uma particularidade: devido à sua proximidade com a Terra, ela é popularmente chamada de “Superlua” – e será a última das quatro esperadas para 2023.
A primeira foi a Superlua dos Cervos, em julho, seguida de duas em agosto: a Superlua do Esturjão e a Superlua Azul (assim chamada por ter sido a segunda lua cheia num mesmo mês). A de agora, por sua vez, é denominada Superlua da Colheita.
De acordo com o Old Farmer’s Almanac (Almanaque do Velho Fazendeiro), uma das publicações mais tradicionais dos EUA voltadas à vida no campo, cada lua cheia do ano tem seu próprio nome.
Luas cheias de 2023:
No caso da Lua da Colheita, em especial, ela nem sempre acontece no mesmo mês. Segundo o site Space.com, seu período de ocorrência varia entre 8 de setembro e 7 de outubro, mas, quase sempre, próximo ao equinócio de outono (para o Hemisfério Norte; sendo aqui o equinócio de primavera).
O que a diferencia de outras luas cheias é que os agricultores no auge da atual temporada de colheita podem trabalhar até tarde da noite porque a luz da Lua está mais brilhante.
Além disso, nesta época, a Lua nasce mais ou menos na hora em que o Sol se põe. No entanto, o mais importante é que, em vez de nascer cerca de 50 minutos depois a cada noite (como de costume), ela parece surgir quase ao mesmo tempo todos os dias.
De forma bem simples e resumida, uma Superlua ocorre quando o nosso satélite natural chega à fase completa quase em aproximação máxima com a Terra (ponto chamado de perigeu).
“Mas, sem saber o quão perto a lua cheia precisa estar da Terra, não dá para cravar se esta ou aquela lua cheia é uma Superlua”, explica o colunista do Olhar Digital Marcelo Zurita, que é presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA) e diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon).
Segundo Zurita, até existem algumas tentativas de criar uma definição científica, completa e definitiva para o termo, mas é difícil chegar a um consenso, e talvez isso tenha algo a ver com ele vir da astrologia. “Na astronomia, sua utilização é recente e tem se mostrado uma boa forma de popularizar a ciência, mas muita gente ainda ‘torce o nariz’ para o termo, por considerá-lo um nome mercadológico para ‘vender’ a Lua Cheia no perigeu, que, na prática, não tem nada de super, nem representa nenhum fenômeno de interesse científico”.
Talvez por isso a União Astronômica Internacional (IAU) não demonstrou, até hoje, nenhum interesse em normatizar o termo. “Tudo que temos são as definições informais para a Superlua”, disse Zurita, explicando que, no meio científico, os astrônomos preferem a referência “perigeu-sizígia” ou simplesmente “Lua Cheia no Perigeu”.
Pela definição do astrólogo Richard Nolle, “pai” do termo, pode-se chamar de Superlua quando a lua cheia está dentro de 90% de sua menor distância da Terra, um ponto variável que desta vez foi de 359.910 km, alcançado nesta quarta-feira (27). Logo, para ser uma Superlua, ela deve estar a, no máximo, 363.562 km daqui.
Assim, como a lua cheia desta sexta-feira estará a cerca de 363.170 km do nosso planeta, ela se enquadraria como uma Superlua de acordo com essa definição.
A distância da Lua em relação à Terra varia porque sua órbita não é perfeitamente circular – é ligeiramente oval, traçando um caminho chamado uma elipse. À medida que ela atravessa esse caminho elíptico ao redor do nosso planeta a cada mês, sua distância varia entre 356.500 km no perigeu e 406.700 km no apogeu (ponto mais distante).
Sempre que a lua cheia acontece próxima ao perigeu, ela aparece até 14% maior e 30% mais brilhante, se comparada à lua cheia do apogeu (ponto mais afastado da Terra).
De acordo com o site InTheSky.org, a Lua alcança a fase cheia às 6h57 da manhã (pelo horário de Brasília), momento em que já não estará mais visível no céu. Ela volta a aparecer a partir das 18h28, permanecendo observável até às 6h33 de sábado (30).
Esses horários têm como referência um observador baseado em São Paulo. O momento exato em que o astro nasce em sua localidade pode ser consultado em aplicativos como Stellarium, Star Walk, Star Chart, Sky Safari ou SkyView.
Para ver a Lua, basta olhar para a direção leste, que é o lado oposto em que o Sol estará se pondo. A primeira hora após a aparição é o momento mais propício para observá-la, pois ela está maior e pode apresentar belas variações de tonalidade (amarelada, alaranjada e até avermelhada), devido à interação com a atmosfera. Conforme for ficando mais alta no céu, ela continuará igualmente ou até mais brilhante, mas nos parecerá menor e bem branca.
Fonte: Olhar Digital / Por Flavia Correia
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