Na última quinta-feira (22), às 20h23 (pelo horário de Brasília), os EUA pousaram na Lua novamente mais de 50 anos após a última vez. Isso graças à missão IM-1, da Intuitive Machines, responsável pela sonda robótica Nova-C (nesta versão, chamada de Odysseus).
Como previsto, o módulo de pouso de 4,3 metros de altura fez a alunissagem perto da cratera Malapert A, a cerca de 300 km do polo sul lunar, no lado do satélite voltado para a Terra, tornando-se a primeira espaçonave privada da história a pousar na Lua.
Isso demorou cerca de 15 minutos para ser confirmado, devido a uma falha inicial de comunicação pós pouso. Depois, descobriu-se que esse atraso foi causado pela posição das antenas transmissoras do equipamento, que não estão na direção da Terra porque a sonda tombou ao pousar (saiba mais aqui).
Nesta segunda-feira (26), a Intuitive Machines compartilhou no X (antigo Twitter) imagens obtidas pela câmera de sensoriamento à direita da espaçonave segundos antes do pouso.
Odysseus continues to communicate with flight controllers in Nova Control from the lunar surface. After understanding the end-to-end communication requirements, Odysseus sent images from the lunar surface of its vertical descent to its Malapert A landing site, representing the… pic.twitter.com/CuCkOVvBqu
— Intuitive Machines (@Int_Machines) February 26, 2024
Esperava-se que a missão IM-1 durasse cerca de meio dia lunar, que equivale a mais ou menos sete dias terrestres. No entanto, ainda não se tem certeza sobre isso, já que os painéis de captação de energia solar não estão bem posicionados após o tombo.
Os controladores da missão agora sabem exatamente onde Odysseus está na Lua. No sábado (22), o Lunar Reconnaissance Orbiter, da NASA, tirou uma foto enquanto passava sobre o local de pouso, revelando um cisco que não estava lá em um registro anterior que o orbitador havia feito da área (confira aqui).
For the first time since the Apollo era, new NASA science instruments and tech demonstrations are operating on the Moon after @Int_Machines' Odysseus lander arrived on the lunar surface: https://t.co/l1VaQujvOZ
— NASA (@NASA) February 24, 2024
The IM-1 mission team expects to receive images in the coming days. pic.twitter.com/CZZXLG43C1
Odysseus pousou a pouco mais de um metro e meio de seu local de pouso alvo – com maior precisão do que a maioria dos landers anteriores. Esse feito foi ainda mais impressionante, dado que os engenheiros da Intuitive Machines tiveram que consertar o software da espaçonave para contornar lasers não funcionais que deveriam monitorar a altitude.
Segundo a Intuitive Machines, o módulo Odysseus foi capaz de detectar nove locais de pouso seguros na região do polo sul, informações que podem ser úteis para futuras missões, à medida que a NASA e outras agências espaciais procuram explorar essa área. A água congelada nas sombras das crateras poderia um dia fornecer recursos cruciais para os astronautas.
Outra sonda lunar inesperadamente voltou à vida. A JAXA, agência espacial japonesa, informou que o módulo SLIM (sigla em inglês para “Nave Inteligente para Investigação da Lua”), acordou após mais uma noite lunar – algo inesperado pelos cientistas.
Da mesma forma que aconteceu com a sonda Odysseus, o módulo SLIM também enfrentou problemas no pouso, e acabou ficando de cabeça para baixo na Lua.
Em razão disso, seus painéis solares foram inicialmente incapazes de ver o Sol e tiveram que ser desligados em poucas horas. O equipamento recuperou a energia nove dias após o pouso, quando acordou e começou a “trabalhar”.
SLIM越夜後運用にて、航法カメラでの撮像を実施しました! pic.twitter.com/MhXQXdBAaG
— 小型月着陸実証機SLIM (@SLIM_JAXA) February 26, 2024
越夜の成功を信じ、MBCチームは前回見えなかった赤枠内を撮像する新たなコマンドを作りました!
— 小型月着陸実証機SLIM (@SLIM_JAXA) February 26, 2024
さらなる観測の可能性にワクワクしています!#SLIM #JAXA
まだまだ #たのしむーん pic.twitter.com/1EQbUXstZT
Durante vários dias, SLIM coletou dados geológicos de rochas lunares, antes de voltar à hibernação no final de janeiro para esperar outra noite lunar. No domingo (25), a JAXA conseguiu uma comunicação, embora curta, com a sonda japonesa.
Segundo a agência, a comunicação foi rápida porque ainda era “meio-dia lunar”, e o SLIM estava a uma temperatura muito alta, de cerca de 100 graus Celsius. A JAXA agora se prepara para fazer contato novamente quando o veículo esfriar.
Fonte: Olhar Digital / Por Flavia Correia
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