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A sensibilidade cultural nos negócios globais

Nas últimas décadas o avanço tecnológico, somado aos meios de transporte e ao surgimento das redes sociais, culminaram em um exponencial crescimento das relações interculturais. Nunca foi tão fácil conectar e interagir com pessoas de diversos lugares do planeta, bastando estar conectado à uma rede de internet

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Essa comunicação é facilitada por aplicativos e programas de tradução simultânea, que têm revolucionado o acesso e compreensão instantânea entre pessoas que falam diferentes idiomas. Eles são especialmente valiosos em contextos como conferências, interações cotidianas e até mesmo em negócios internacionais.

Cada vez mais esses artifícios são usados para fazer negócios uns com os outros, porém, à medida que diferentes culturas são colocadas á prova, maiores são as chances de desentendimentos e conflitos de comunicação.

Realizar negócios internacionais exige sensibilidade cultural

Hoje em dia são diversas as situações em que nos deparamos com culturas diferentes e que devemos realizar algum tipo de negócio. Seja para buscar um investidor estrangeiro, desenvolver fornecedores ou clientes, negociar uma compra ou venda em alguma viagem internacional, ou mesmo trabalhar com pessoas de outros países, esses contextos exigem sensibilidade cultural.

Entende-se por sensibilidade cultural “a capacidade de reconhecer, compreender e respeitar as diferenças culturais e as práticas de diversas comunidades e indivíduos”. Ela envolve a consciência e o respeito pelas normas, valores, tradições e comportamentos que são característicos de diferentes culturas.

O cenário internacional atual demanda que as empresas se tornem cada vez mais internacionais, se adequando às exigências cada vez maiores dos consumidores. Ademais a pressão concorrencial em todas as áreas também contribui para que empresas, gestores e colaboradores expandam seus conhecimentos, networking e negócios mundo afora.

Para que haja êxito no mercado internacional é necessário possuir sensibilidade cultural, ainda mais em um mundo competitivo, onde busca-se relacionamentos mais longos e prósperos. É preciso investimento em treinamentos, além de desenvolver conhecimento em outros idiomas, como forma de potencializar a comunicação com o outro lado.

Porém, outros elementos devem ser conhecidos para que essa interação cultural seja positiva. Destacam-se: entender a etiqueta, os protocolos, estilos de comunicação e as abordagens de negociação. É importante destacar que eles variam de cultura para cultura, sendo que o conhecimento prévio dessas características, ajudarão para o sucesso nos negócios.

Fazer negócios além das fronteiras requer o reconhecimento das diferenças, senso de empatia, comunicação adequada, adaptação e flexibilidade, e claro, conhecimento da cultura ao qual se está inserido. Diversos são os casos no mercado internacional, envolvendo empresas multinacionais inclusive, que falharam por falta de sensibilidade cultural.

Alguns exemplos das diferenças de idiomas nos negócios globais

O mundo dos negócios frequentemente enfrenta constrangimentos devido a traduções inadequadas, que resultam de uma falta de sensibilidade cultural por parte dos responsáveis.

Seguem alguns exemplos de empresas que tiveram problemas em mercados por mal uso linguístico local:

Ikea: a empresa sueca quando lançou sua 5ª maior loja em Bangkok, Tailândia, utilizou nomes que geraram constrangimentos à rede escandinava. Por exemplo, a cama vendida pela empresa, chamada de “Redalen” (nome de uma cidade norueguesa), tem um som similar a um ato sexual na Tailândia. Outro produto, o “Jättebra”, um vaso de plantas, se assemelha a uma gíria tailandesa para sexo. Após esses incidentes, a empresa teve de contratar locais para que checassem os sons dos nomes dos produtos, antes de traduzir à língua cursiva tailandesa. Em alguns casos houve a necessidade de mudar os sons de vogais por consoantes para prevenir futuros desentendimentos.

Toyota: o marketing sugerido do automóvel MR2 Sports Car para o mercado francês, acabou tendo o problema sonoro de “M-R-deux”, cujo som é semelhante à “merde”, ou excremento.

 Hershey: La Dulcería Thalía, uma guloseima recheada com creme de caramelo, usava o termo “cajeta” em seu anúncio. A campanha de anúncio visava o mercado mexicano, porém, para outros países que falam o idioma espanhol, como Uruguai e Argentina por exemplo, o termo “cajeta” é uma gíria vulgar para a genitália feminina.

Schweppes: em uma campanha da água tônica Schweppes, em solo italiano, o produto acabou por ser traduzida como “ água de banheiro Schweppes”.

Coca-Cola: na entrada no mercado chinês, a Coca-Cola usava o nome de seu produto que mais se aproximava ao som “Coca-Cola”. Porém, os ideogramas significavam “égua recheada de cera”. Depois de vendas decepcionantes, redatores e linguistas fizeram as mudanças no jogo de ideogramas, que agora significam “alegria na boca”.

Alguns casos da falta de sensibilidade cultural nos negócios

Não é somente por traduções errôneas que acabam por ocasionar problemas nos negócios internacionais. Algumas empresas, à grande custo, aprenderam que não basta ter um bom produto para ter sucesso em outros mercados. É preciso também, conhecer as práticas comerciais, os costumes e a geopolítica em que o país-alvo está inserido.

Gerber: quando a Gerber, pertencente ao grupo Nestlé, fornecedor de alimentos para bebês iniciaram a vender seus produtos na África, utilizaram a mesma embalagem que nos Estados Unidos – com um bebê no rótulo. Tempos depois eles verificaram que na África as empresas colocavam fotos nos rótulos do que estava dentro das embalagens, já que a maioria das pessoas não sabiam ler.

 Fiat: lançou um anúncio cujo ator Richard Gere dirige um Lancia Delta de Hollywood para o Tibet. O ator é odiado em território chinês por ser um apoiador de Dalai Lama – acarretando diversos comentários em fóruns online chineses para que não comprassem um carro FIAT.

Kunja: Uma empresa coreana, proprietária da fábrica Kunja Knitting Mills na Carolina do Sul, foi notícia quando um colaborador norte-americano inocentemente “torceu” seu “dedo apontador” tentando chamar a atenção de seu chefe coreano e aproximá-lo. Certamente ele não conseguiu aproximar seu chefe física ou emocionalmente. Na verdade, ele quase foi demitido. O gesto de mover o dedo dos EUA para pedir a alguém que se aproxime é considerado um gesto vulgar na Coréia!

Microsoft: Ao pintar 800.000 pixels em um mapa da Índia, a Microsoft coloriu oito deles com um tom diferente de verde para representar o território disputado da Caxemira. Essa diferença significava que a Caxemira era mostrada como não-indiana, e o produto foi prontamente proibido na Índia. Dentre as consequências desse ato, a empresa teve que fazer o recall de todas as 200.000 cópias do software do sistema operacional Windows 95, arranhando sua imagem e ocasionando um impacto financeiro significativo em seu orçamento.

O mundo dos negócios está repleto de exemplos onde traduções inadequadas causaram grande constrangimento e até mesmo danos significativos às empresas. Esses incidentes frequentemente resultam de uma falta de sensibilidade cultural e mostram como erros na tradução e na adaptação cultural podem ter consequências sérias.

Esses erros poderiam facilmente ser evitados com uma pesquisa cultural básica. O treinamento de sensibilidade cultural tem grande importância para empresas e gestores, ajudando a prevenção de conflitos, melhoria das relações interculturais, acesso a novos mercados e desenvolvimento interpessoal.

A necessidade de pensar e ser global reflete a realidade de um mundo interconectado, onde fronteiras físicas e culturais estão se tornando menos significativas. Adotar uma perspectiva global não é apenas uma vantagem competitiva, mas também uma necessidade para enfrentar desafios globais e aproveitar oportunidades em um ambiente cada vez mais integrado. Isso envolve a capacidade de se adaptar a diferentes contextos culturais, colaborar com uma diversidade de pessoas e compreender as complexas interações que moldam nosso mundo.

Possui interesse em aprender sobre uma determinada cultura, seus valores, tradições e costumes, assim como as melhores práticas de comunicação e negociação com esse grupo de indivíduos? A Dariva Consultoria Internacional pode te mostrar a melhor forma de ler o mundo! Com a mentoria “visão cosmopolita” a pessoa ficará capacitada na busca de novas oportunidades de negócios mundo afora, assim como fortalecer seus relacionamentos em ambientes multiculturais. Entre em contato conosco!

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Escrito por Leonardo Dariva

Relações Internacionais

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