Pelo menos, essa é a história contada pela Lindoya Verão, empresa de Águas de Lindóia, no interior de São Paulo.
Existem evidências – por exemplo, uma nota fiscal – que mostram que a Nasa realmente fez uma grande compra na empresa meses antes da missão, realizada em abril de 1969.
Foram 100 caixas, com uma dúzia de garrafas de meio litro cada, totalizando 600 litros de água mineral. Custou NCr$ 226 (cruzeiros novos, a moeda brasileira na época).
“Na época, eram caixas de madeira e garrafas de vidro com tampa de metal. Ainda há pessoas vivas que contam essa história. O pedido era para ser embalado com muito cuidado, foi um trabalhão.”
Marcos Angeli, gerente administrativo
A água em questão vinha da fonte São Sebastião, conhecida por propriedades como alta pureza, minerais equilibrados e baixa acidez.
Segundo Angeli, a escolha também foi motivada por anotações da cientista Marie Curie, que, de acordo com o gerente, ressaltou os efeitos terapêuticos das qualidades radioativas das fontes da cidade.
Marie visitou o Brasil em 1926 para estudar radioatividade e foi laureada com o Nobel de física e química.
A compra aconteceu no Rio de Janeiro e a encomenda foi para o aeroporto Santos Dumont, com destino ao Cabo Kennedy (hoje Cabo Canaveral), na Flórida (EUA). É de lá que a Apollo 11 foi lançada.
A partir daí, é impossível garantir qual teria sido seu uso final e se a água brasileira chegou mesmo à Lua.
Até mesmo o executivo da Lindoya admite o tom de causo no acontecimento.
“Certeza que entrou no foguete nós não temos. Há relatos de um astrônomo de Campinas de que isso aconteceu, mas não podemos garantir. Mas é uma história que gostamos de contar.”
Marcos Angeli, gerente administrativo
Segundo ele, a prefeitura de Lindóia tentou, por diversas vezes, obter a confirmação de que a água abasteceu a nave Columbia, que levou os astronautas até o satélite.
No entanto, ele contou que a Administração recebeu apenas respostas evasivas, por se tratar de informações confidenciais.
Porém, o gerente acrescentou:
“Até hoje, a Nasa também não desmentiu.”
Fonte: Olhar Digital | Pedro Borges Spadoni
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