A Amazônia e a Mata Atlântica são separadas por centenas de quilômetros. Mesmo assim, os dois ecossistemas compartilham muitas espécies de árvores, o que sempre despertou muita curiosidade dos cientistas.
Por anos, a ciência não soube explicar como isso era possível. Agora, no entanto, uma equipe de pesquisadores apresentou uma nova teoria: as árvores estariam usando os rios como uma espécie de “rodovia”.
Durante o estudo, foram analisadas 164 espécies de árvores Ingá, que são comuns nas florestas tropicais da América Latina. O DNA delas foi usado para reconstruir a “árvore genealógica” das plantas, indicando estes padrões de movimentos.
Os pesquisadores identificaram de 16 a 20 casos de espécies migrando da Amazônia para a Mata Atlântica e criando raízes com sucesso em ecossistemas distantes. Esses eventos de dispersão se desdobraram ao longo da linha do tempo evolutiva de Ingá, em vez de serem confinados a eras em que o Brasil estava coberto por florestas úmidas.
As informações são consideradas valiosas para o desenvolvimento de novas estratégias para preservar as florestas ribeirinhas, que ficam localizadas ao longo dos rios. Estes ecossistemas são fundamentais para os habitats ao longo prazo.
O trabalho também reforça uma situação já conhecida. A Mata Atlântica contém cerca de 3 mil espécies de plantas a mais do que a Amazônia. No entanto, apenas 20% do bioma permanece preservado, o que evidencia a necessidade de proteger as florestas que ainda estão de pé.
Fonte: Olhar Digital / Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Ana Luiza Figueiredo
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