A crença popular é que a vida complexa terrestre surgiu há 635 milhões de anos. Contudo, um novo estudo, publicado na Precambrian Research, atesta que isso aconteceu mais de 1,5 bilhão de anos antes.
Segundo a pesquisa, isso teria acontecido há 2,1 bilhões de anos. Porém, Há cientistas que acreditam não haver provas suficientes no estudo.
Os pesquisadores acreditam que essas marcas são criadas pelo derretimento desigual à medida que a água se move com a rotação da Terra na parte inferior da geleira. O estudo detalha que as formas não são simétricas e sim um pouco dobradas.
O resultado é um padrão de fluxo espiral chamado espiral de Ekman, que é mais comumente visto quando os ventos viajam sobre a água superficial, mas também pode ser criado pela água que viaja sobre o gelo.
“Nós já sabemos que aumentos nas concentrações de fósforo marinho e oxigênio na água do mar estão ligados a episódio de evolução biológica há cerca de 635 milhões de anos. Nosso estudo adiciona outro episódio muito anterior ao registro, 2,1 bilhões de anos atrás.”
Ernest Chi Fru, professor sênior em ciências da Terra na Universidade de Cardiff (Reino Unido) e autor principal do estudo, em declaração
Não é a primeira vez que pesquisadores alegam que fósseis encontrados na região representam vida complexa. Isso aconteceu, originalmente, em 2010. Contudo, a evidência fóssil da Bacia Francevillan é debatida por pares – inclusive, se eram mesmo fósseis.
Os autores explicam que uma colisão entre crátons (estruturas geológicas antigas e estáveis da Terra que se formaram há centenas de milhares de anos durante a era Pré-Cambriana) do Congo e do São Francisco causou atividade vulcânica, preparando, assim, as condições para a vida complexa.
Os pesquisadores analisaram amostras de rochas perfuradas da Bacia Francevillian, que trouxeram evidências de como eram as condições para a vida. Baseada nas composições geológica e química, a equipe imaginou um cenário onde os vulcões cortaram seção de água do restante do oceano, o que provocou a criação de um mar “interior” raso, mas rico em nutrientes.
Chi Fru descreveu o cenário como “primeira tentativa” de vida complexa, pois as condições eram restritas àquele mar. O oceano que o rodeava não era lá muito hospitaleiro e rico em nutrientes, de modo que a vida complexa se espalhasse. Isso teria perdurado por cerca de 1,5 bilhão de anos.
“Não sou contra a ideia de que havia nutrientes mais elevados há 2,1 bilhões de anos, mas não estou convencido de que isso possa levar à diversificação para formar vida complexa.”
Graham Shields, professor de geologia na University College London (Inglaterra), em entrevista à BBC
Já Elias Rugen, estudante de doutorado que pesquisa o ciclo do carbono pré-cambriano no University College London (Inglaterra) e no Museu de História Natural de Londres (Inglaterra), que também não participou da pesquisa, afirma que são necessárias mais evidências para apoiar o que o estudo propõe. Contudo, concordou com algumas ideias dos investigadores.
Fonte: Olhar Digital / Por Rodrigo Mozelli
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados. Ascenda Digital Mídia LTDA.